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Queimadas em Lagoa da Prata comprovam que cidade necessita de Batalhão do Corpo de Bombeiros

Fumaça incomoda toda a cidade desde o último fim de semana.

(Foto: Estado de Minas).

Reportagem: Alan Russel

Lagoa da Prata continua sofrendo com os efeitos das queimadas subterrâneas das turfas na região do Bairro Palmeiras. Desde o último domingo (15), o subsolo da região está em chamas. Mesmo com os trabalhos intensivos do Corpo de Bombeiros da cidade de Formiga, em conjunto com a Biosev, os focos de incêndio não foram totalmente controlados.

A região onde se concentra as queimadas é uma área de vereda que foi drenada para ocupação imobiliária. O solo macio e aeroso, com grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, é um ambiente propício para a proliferação das queimadas. Não é a primeira vez que esse tipo de incêndio subterrâneo atinge áreas do município de Lagoa da Prata. E sempre que essas áreas de pântanos drenados são atingidas pelo fogo, é muito dificultoso e delicado os trabalhos para conter as queimadas.

Lagoa da Prata é uma cidade que atualmente tem mais de 60 mil habitantes. Temos aqui duas grandes empresas: Biosev e Embaré. A cidade é praticamente toda envolta de canaviais e existe ainda a problemática das áreas onde há muita incidência de turfas no solo. Apenas essas características já seriam suficientes para que uma cidade do porte de Lagoa da Prata tivesse seu próprio Batalhão do Corpo dos Bombeiros.

O tenente Cunha faz parte da equipe do Corpo de Bombeiros de Formiga e foi enfático ao afirmar que Lagoa da Prata apresenta todos os requisitos necessários para contar com uma base. “A cidade tem porte suficiente e necessita sim de um batalhão dos Bombeiros. A cidade tem empresas grandes, é cercada de canaviais, além de ter regiões específicas que requerem uma atenção especial com relação à prevenção e controle de incêndios. Essa áreas onde já foram pântanos e tem muitas turfas são muito delicadas. Quando acontece focos de queimadas subterrâneos, como acontece agora, é necessário um trabalho emergencial intensivo. Lagoa da Prata apresenta todos os requisitos e é interesse da corporação em atender aos anseios do município”.

Questionado sobre quais os caminhos a percorrer para que o município possa ter seu próprio Pelotão do Corpo de Bombeiros, sem depender do apoio de outras cidades, o tenente Cunha esclareceu que depende do empenho do poder público municipal e da população em geral.  “É responsabilidade não só da gestão, mas também da sociedade em demonstrar interesse. A Prefeitura, juntamente com setores da sociedade civil, devem fazer a solicitação, apresentar algumas contrapartidas e atender algumas exigências da corporação para a criação de um pelotão próprio para atender a cidade de Lagoa da Prata e região”, afirmou.

O que diz o poder público

Lessandro Gabriel, secretário de Meio Ambiente de Lagoa da Prata, concorda que Lagoa da Prata necessita de um pelotão do Corpo de Bombeiros e explicou que a atual gestão já pensa a respeito. “Existe um projeto pronto para que o centro administrativo de Lagoa da Prata venha justamente para a região do Bairro Palmeiras. Temos aqui um terreno grande, onde além dos prédios administrativos, poderíamos receber as instalações do Corpo de Bombeiros”, explicou o secretário.

Lessandro também enfatizou que a Secretaria do Meio Ambiente vem trabalhando para que incidentes de queima subterrânea não voltem a causar transtornos para a população da cidade. “Como é um caso bem específico esses das turfas em regiões onde eram pântanos, devemos realizar estudos cautelosos para chegarmos à conclusão do que deve ser feito nesses terrenos. Primeiramente é necessário fazer um trabalho de conscientização, que venha de encontro com a prevenção de incêndios e queimadas. E com relação a essas áreas, vamos estudar o que deve ser feito. Muitos ambientalistas dizem que o certo é recuperar essas veredas e Lagoas. E eu comungo dessa ideia. Se o necessário for recuperar essas áreas para que a população não venha a sofrer mais com a fumaça, que isso seja feito”, completou o secretário.

Fumaça que incomoda toda a população desde o último final de semana, trazem a tona debate de que Lagoa da Prata precisa de um próprio Batalhão do Corpo de Bombeiros. (Foto: Alan Russel).

Situação atual das queimadas

A equipe de Bombeiros juntamente com a Biosev vem trabalhando de forma incansável para conter os focos de queimadas e evitar que as chamas se espalhem pela região do Bairro Palmeiras. No início da noite desta sexta-feira (20), o Bairro Palmeiras e redondezas ainda se encontram cobertos de fumaça. De acordo com o cabo Sérgio, sessenta por cento da área atingida pelo incêndio já foi controlada. Porém, os trabalhos agora estão em evitar que o fogo se espalhe pelo subsolo da região. “A maior área onde os focos estavam mais intensos, já conseguimos controlar. Porém, como é um terreno bem delicado, temos que tomar alguns cuidados, principalmente para que as chamas não se espalhem. Já adentramos por toda a região para termos uma melhor noção da área atingida. Mas como se trata de fogo subterrâneo, é muito complicado de  identificar precisamente onde há focos de queimada”, informou o Cabo.

A Corporação do Corpo de Bombeiros, juntamente com a Biosev, firmaram compromisso de permanecer com o trabalho enquanto persistirem as chamas. “Estamos aqui durante todo o dia. A noite fica impossível de adentrarmos dentro do terreno por medidas de segurança, e o caminhão dos Bombeiros retorna para Formiga. Durante a noite a Biosev continua encharcando a região com o equipamento usado para irrigação de cana. Amanhã estaremos de volta e só sairemos daqui quando solucionarmos o problema. Esses incêndios causam grandes danos à população e temos que resolver isso. Ainda não sabemos indicar precisamente quando iremos controlar totalmente os incêndios. Mas estamos trabalhando para que isso ocorra o quanto antes”, completou o Cabo.

O tenente Cunha enfatizou que o apoio da Biosev tem sido de suma importância para as ações de combate ao incêndio. “A Biosev tem sido uma grande parceira, disponibilizando caminhões, água, equipamentos e material humano para conter os incêndios no subsolo. Sem o apoio da empresa a situação estaria muito mais complicada e seria muito mais difícil controlar esses focos de incêndio subterrâneo”, completou o tenente do Corpo de Bombeiros.

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