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Ditadura da perfeição: livres ou submissas à beleza? | Artigo

Foto: Reprodução/Internet

A vaidade feminina sempre foi marcante no decorrer da História. No século XIX, as mulheres se apertavam em espartilhos para simular uma cintura fina e, até o século XX, as mulheres chinesas tinham que ter os pés pequenos, mantendo-os enfaixados para deformá-los propositadamente. No século XXI, o capitalismo consolidado encoraja mulheres a se compararem constantemente umas as outras. Dessa forma, centenas delas vão a clínicas especializadas em cirurgias plásticas buscando se adequarem aos padrões atuais de beleza, impostos pela sociedade. Mesmo vivendo em uma sociedade democrática, as mulheres tornaram-se escravas da indústria da beleza, difundida por meio da mídia, criando uma guerra contra o espelho e gerando a autorrejeição.

A sociedade exige que a mulher, além de cuidar da casa, maridos, filhos e emprego, esteja sempre linda e jovem. Esta cobrança é feita através da mídia, que impõe o estereótipo de beleza feminino por meio de comerciais, desfiles e concursos de beleza. A ideia transmitida é de que as mulheres devem ter traços europeus como o nariz fino e olhos claros, ser alta, ter o cabelo liso e, principalmente, ser magra. Os concursos de beleza chegam a ser abusivos por exigirem da mulher o comportamento e a beleza padrão. Um caso bastante comentado pela mídia foi o da Miss Canadá Siera Bearchell que participava do concurso Miss Universo e foi criticada nas redes sociais por estar acima do peso e não ter “o corpo de miss” que o concurso aprova. Quanto mais as mulheres se sentirem gordas, feias e insuficientes, mais isso será lucrativo para a indústria. A cantora norte-americana Beyoncé, mostra na música Pretty Hurts a doença da sociedade capitalista de viver de determinismos que restringem a liberdade do indivíduo, aplicada àqueles que almejam ficarem perfeitos a olhares alheios. No refrão, a crítica fica ainda mais clara: ”A perfeição é a doença da nação”.

O padrão de beleza não existe, ele é criado pela mídia, retocado no photoshop e endossado pelos concursos de beleza. Dessa forma, o estresse e a não aceitação podem causar doenças e distúrbios alimentares como bulimia e anorexia. É preciso libertar as mulheres dos estereótipos e padrões impostos, por meio de manifestações artísticas e culturais que promovam o pensamento crítico de que os “diferentes” não precisam ser exclusos pela sociedade. A partir do esclarecimento dos indivíduos de que a beleza não se restringe ao superficial, a indústria terá de se adequar inserindo comerciais e propagandas com representatividade e menos artificialidade. É preciso que haja uma reeducação por parte de todos, para que os valores da vida sejam questionados e valorizados pela sociedade. Dessa forma, seria possível ver uma mudança significativa e necessária.

Yasmin Oliveira
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