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Ser mãe e ser mulher: um equilíbrio possível | Artigo

A sociedade vem passando por muitas transformações ao longo do tempo. Costumes, crenças, comportamento: tudo isso se modifica de acordo com o momento histórico. Em relação à mulher também não o é diferente.

A mulher do século XIX recebia uma educação bem diferente da mulher da pós- modernidade. Segundo Oliveira (2008), era criada para ser propriedade do pai e, posteriormente, de seu marido, de quem era dependente e por quem também era silenciada. Ou seja, basicamente a mulher era mãe e esposa. Assim, seu papel na sociedade era claro, o que de certo modo facilitava a performance da mulher no dia a dia.

Com as transformações da industrialização e urbanização que começaram a ocorrer nessa época, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, novas ideias em relação ao papel da mulher começaram a surgir. A sociedade também precisou se adaptar de acordo com sua necessidade, como por exemplo, nas duas grandes guerras mundiais que datam do século XX, quando as mulheres começaram a ser mais requisitadas em postos de trabalho devido à convocação dos homens para combate. E cada vez mais as mulheres alcançaram direitos, como dirigir e votar.

Com tantas mudanças sociais, muitas mulheres passaram a enfrentar duas jornadas: trabalho de dia e cuidados com a casa e os filhos à noite. Aí é que entra o ponto que quero refletir: como ser mãe e mulher na atualidade?

Diariamente recebo mulheres em meu consultório que se queixam da dificuldade de lidar com as multitarefas do dia a dia. Ser boa profissional, boa mãe, boa filha, boa esposa e por aí vai. São tantas coisas para pensar e exercer que por vezes parece impossível dar conta. Porém, com um pouco de reflexão e empenho é possível se ajustar.

É fundamental lembrar que, antes de existir uma mãe, existe uma mulher. Ao se tornar mãe – e/ou esposa –, a mulher não deixa de ter suas próprias necessidades em detrimento do filho. Claro que, durante os primeiros anos, a criança requer mais atenção por parte da mãe, precisando ser priorizada, o que faz com que os cuidados consigo sejam diminuídos. Mas é justamente isso: eles precisam ser diminuídos, e não excluídos. O que muitas vezes faz a mulher adoecer pela rotina vivenciada é se anular totalmente em prol dos cuidados com filho, lar e esposo.

Talvez não seja possível ir ao salão toda semana, mas talvez dê para ir uma vez por mês. Pode ser difícil ler aquele livro por horas seguidas, mas é possível pensar em tirar alguns minutos por dia. Comprar objetos para si todo mês deixa de ser prioridade, mas se dar um presente de aniversário pode encaixar nas finanças. E com criatividade e ponderação, dá para pensar em outras possibilidades.

A questão não é a quantidade, mas a qualidade daquilo que se faz. Até porque os excessos muitas vezes só servem para tamponar condições importantes do ser.

Enfim, querida mãe e mulher: não deixe que o olhar do outro e as cobranças sociais ditem o que você deve fazer. Só você sabe realmente o que lhe é importante. Mulheres podem sim ser boas mães e boas esposas, sem para isso ter que se dedicar exclusivamente ao lar. Dá para ser mãe com um batom nos lábios e um brilho no olhar.

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Maria Bruna Mota: psicóloga, palestrante, empreendedora.

E-mail: [email protected]

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