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Juliano Rossi – Como funciona o Brasil?

Vamos considerar que você tenha um salário de 4.000 reais. Além desse valor, a empresa ainda tem mais um gasto médio de 2.000 reais, referentes a impostos e encargos trabalhistas, totalizando 6.000 reais. Do valor que você recebe líquido, o governo desconta 1.200 reais referentes ao Imposto de Renda, INSS, Contribuição Sindical e outros impostos, sobrando-lhe 2.800 reais. Dos 6.000 reais que a empresa gastou para manter o seu trabalho, você recebeu menos da metade.

O seu dinheiro será utilizado durante o mês para comprar comida, pagar contas de luz, roupas, gasolina e outras despesas. Todas essas coisas têm mais impostos embutidos no preço. Na média, cerca de 50%. Ao gastar os 2.800 reais que lhe sobraram do salário, você está “contribuindo” com o governo com mais 1.400 reais em forma de impostos.

Resumindo, dos 6.000 reais que a empresa gastou com você foi possível comprar serviços e produtos com o valor real de 1.400 reais, o equivalente a 23% do valor que produziu com o seu trabalho duro. O governo ficou com 73% sem fazer nada. Bilhões de recursos saem do bolso de quem produz e vai para o governo.

E por outro lado, o cidadão não recebe serviços na mesma proporção.

Uma parte enorme do dinheiro é roubada. Quadrilhas de políticos e empreiteiras passam a mão no dinheiro: obras superfaturadas, mensalão, aeroporto público que beneficia a família, parentes ganhando salário de marajá fazendo a festa com o seu dinheiro. Outra parte do dinheiro é desperdiçada. Um governo com gente demais, burocracia demais, gasta demais e resultados de menos. A população é massacrada por impostos altos e governos ruins.

Mas como mudar esse panorama?

Algumas pessoas sugerem fazer manifestações de ruas, como as que aconteceram em junho de 2013. Isso é muito bonito, mas na prática não funciona. Políticos não ligam para manifestações. Eles sabem que as pessoas esquecem rápido. Político só quer saber de uma coisa… Não é o que você está pensando. Não é “roubar”. Pode até ser, mas para isso ele precisa de uma coisa que ele não consegue sozinho e só você pode oferecer. Político precisa de voto. Mesmo o mais bandido dos bandidões precisa que votem nele para se eleger. Político sem voto é igual a mato sem água. Seca e morre. A única forma de consertar o Brasil é votar nos bons políticos e parar de votar nos ruins. O problema é saber, no meio de um monte de caras sorridentes, quais são os honestos e quais são os bandidos.

Os políticos, principalmente os tradicionais, que sobrevivem sorrateiramente de currais eleitorais, tendem a ofertar sempre o mínimo para o cidadão. Para ser mais claro, vamos exemplificar usando um bairro cuja população sofre, há décadas, com a falta de pavimentação. Entra prefeito e sai prefeito e continua do mesmo jeito. O político tende a pensar que, se realizar a obra de pavimentação, as pessoas irão pedir outra melhoria. O que elege o sujeito é a promessa de fazer a obra. Para o político tradicional é mais cômodo deixar a população na expectativa de ter uma necessidade atendida do que atendê-la de fato. A expectativa gera voto. A obra realizada irá gerar outra reivindicação.

Em todas as cidades têm candidatos que usam a plataforma da saúde como curral eleitoral. É fulano da saúde. É beltrano da saúde. Como se o sujeito não tivesse um nome próprio. Em Lagoa da Prata temos um caso especial. Há 20 anos tínhamos três hospitais. Hoje, temos apenas um. E a cidade praticamente dobrou o número de habitantes. Vocês já se perguntaram por que os políticos da saúde (ou seriam da doença) deixaram isso acontecer? Porque, para eles, se oferecerem saúde de qualidade perderão os votos de cabresto, os votos da esperança de um dia termos um sistema de saúde decente. Simples assim.

O assunto é sério. Merece reflexão e cuidado na hora de votar. Existe uma ferramenta na internet que pode ser útil para ajudá-lo a tomar a decisão. Trata-se do Ranking dos Políticos, que oferece informações sobre participação dos deputados nas votações, se tem envolvimento com escândalos de corrupção, se vota leis boas e eficiência. Essa iniciativa não pertence a nenhum partido ou grupo de interesse. Para conhecer, acesse www.politicos.org.br.

 

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Juliano Rossi é jornalista, músico e escrevinhador. Atualmente, dirige e edita o Jornal da Cidade.
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