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Entre o “ser” e o “ter”

Historicamente, o American Way Of Life representou para os norte-americanos o poder de consumo – de produtos industrializados, comida e carros – a fim de elevar o padrão de vida, contrapondo à crise de 1929. Tal cenário consagrou a cultura supérflua na busca do hedonismo, visto que, no século XXI, o consumismo tornou-se consequência direta das crises que atingem a humanidade, e os indivíduos utilizam desse para realizarem seus desejos e elevar-se socialmente.

É de conhecimento comprovado que desde a pré-história os humanos perseguem a felicidade, tendo assim, o desejo insaciável de consumir. Segundo Zygmunt Bauman, o problema não é consumir, mas o anseio de continuar consumindo. Dessa forma, a busca para escapar de tal arma de manipulação capitalista é inerente à vida humana. Por conseguinte, o sucesso da publicidade em companhas ressalta a sede de poder aquisitivo, desvalorizando os valores éticos em prol de bens materiais.

Concomitantemente, a Indústria Cultural oferece produtos padronizados, criando necessidades aos indivíduos que antes não possuíam, a fim de obterem status. Segundo Karl Marx, o consumismo gera nos indivíduos o “fetiche” pela mercadoria revelando a sua aparência de igualdade e ocultando a essência da desigualdade. Dessa maneira, o consumo torna-se alienado, uma vez que a classe burguesa detém o poder econômico, impondo sua ideologia sobre as demais classes.

Consequentemente, percebe-se a degradação das relações sociais, em que os prazeres supérfluos impõem a redução do “ser” para o “ter”, incentivando o desperdício e o acúmulo de lixos, nefastos aos seres humanos e ao meio ambiente. Posteriormente, aqueles que não se aderem às exigências do consumo são bombardeados e vistos sob a ótica pejorativa. Fatos assim podem ser vistos no filme Os delírios de consumo de Back Bloom, retratando o distúrbio de oneomania, caracterizado pela compulsão em gastar dinheiro.

Infere-se, portanto, que o consumismo contribui para o desequilíbrio entre economia, sociedade e meio ambiente, sendo necessário que o ser humano passe a enxergar os pressupostos ideológicos vigentes, agindo de forma crítica e autônoma perante as exigências da classe dominante. Desse modo, poder-se-á compreender e buscar mudanças a fim de promover o benefício da coletividade.


Yasmin Alves de Oliveira é estudante do Ensino Médio na Escola Águia de Prata.

Contato: (37) 999840965

 

 

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