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É preciso aprender a fechar ciclos e se abrir ao novo que vem

Há uns meses, fui convidada para escrever uma matéria neste jornal, o que me deixou imensamente feliz, ao mesmo tempo que preocupada e inquieta, é que  não tenho um relacionamento apaixonante com a escrita. Ao contrário, prefiro as palavras faladas, essas sim me deixam extasiadas. Viajo “léguas” em minha mente somente em discursos que preferiria proclamar a escrever. Usando o popular, eu gosto mesmo é de falar!

Com todo carinho que tive pelo convite, não pensei em recusar, mas o que  falar então, de modo que viesse a impactar a vida de tantas pessoas que trago até hoje comigo no fundo do coração?

Eu poderia abordar inúmeros assuntos, bastaria fazer como manda a técnica. Mas foi então que conclui que apesar de “pensar que já sabia muito”, não, eu não sabia! E esse é um exercício que dói, pois somos levados a reconhecer nossas fraquezas e limitações, somos chamados ao exercício da humildade, coisa tão escassa nos dias atuais. Foi então que deixei de lado as técnicas para delimitação dos temas e resolvi abrir meu coração e falar um pouco sobre as mudanças necessárias em nossas vidas, testemunhando com toda sinceridade, o que essas mudanças têm significado para mim.

Sou graduada em biblioteconomia e precisei sair da cidade há uns anos atrás para trabalhar. Tive muita dificuldade de adaptação na capital, pois apesar de me considerar “conectada”, não tinha noção do que viria a ser o mundo aqui fora. Pensamentos diferentes, visões diferentes, tudo diferente! Pude aprender muito nesses anos em que estive trabalhando fora: o mundo nos ensina e nos faz crescer! Demorei uns dois anos para entender que um ciclo de minha vida havia se fechado. E enquanto não compreendi isso, não pude viver o “novo” que me esperava.

Sempre tive muita dificuldade em fechar ciclos, mas confesso que tudo muda quando tomamos a decisão de desapegar daquilo que no momento já não tem mais a devida importância ou significado. Nossa vida é assim, cheia de ciclos que se abrem e se fecham a todo instante, mas às vezes insistimos em viver numa etapa e dela jamais sair. Então, perdemos o melhor da vida, a possibilidade de se aventurar no amplo universo chamado “novo”. O medo do desconhecido nos paralisa e preferimos viver infelizes nas certezas até então construídas a desbravar novos universos e possibilidades.

As mudanças são necessárias e nos transformam, nos abrem, nos permitem compreender as coisas por outro ângulo, nos leva a entender que o que seria óbvio para mim não é para o outro, nos faz compreender que sou responsável pelo que falo e não pelo que o “outro” escuta e consequentemente interpreta. Assim, passamos a nos preocupar mais com as próprias atitudes e deixar de querer que tudo e todos sejam feitos e moldados conforme nossa vontade.

Então, pude entender que concluo mais uma etapa em minha vida e hoje, com esse primeiro breve relato, inicio outro momento, que espero poder compartilhar com cada um de vocês.

Tema? Educação, cultura, livros, bibliotecas, atualidades, sentimentos… Ainda não sei! Só sei que mais uma vez me disponho a encarar o desconhecido, com frio na barriga, mas com a certeza de que grandes coisas acontecerão. Porque eu acredito que na vida seja assim: quando damos um passo, Deus coloca o caminho sob dos nossos pés para que possamos pisar, ou então, Ele abre o mar à nossa frente. Não importa a forma, importa sim, que muita coisa depende de mim e realmente não quero passar em vão por essa vida tendo a sensação que nada construí, que nada vivi.

E você, vem comigo?


Kely A. Alves é graduada em Biblioteconomia e documentação, com 13 anos de experiência em Bibliotecas Universitárias. Especializada em Psicopedagogia com formação em Psicanálise, Biblioterapia e Medicação de Leitura. Membro do Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB6).

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