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Crise na pirotecnia em Santo Antônio do Monte agrava com alta do dólar

Fábricas de artigos pirotécnicos de Santo Antônio do Monte enfrentam crise financeira desde o início deste ano. O setor chegou a registrar queda de 70% na produção e vendas. Como se não bastasse, a situação pode piorar para as empresas que importam matéria-prima, por conta da alta do dólar, que chegou a R$ 4,14 nesta quarta-feira (23), segundo cotação.

Com a moeda brasileira cada vez mais desvalorizada, as perspectivas para terminar o ano em equilíbrio não são boas. “O mercado interno agora conta com o agravante da compra das matérias-primas que são importadas. Com essa alta histórica do dólar, estamos pagando mais caro e sem previsão nenhuma de elevação na produção, vendas e exportação”, disse o empresário Fernando dos Santos Júnior.

Américo Libério - Gerente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindiemg),
Américo Libério – Gerente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindiemg),

De acordo com o gerente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindiemg), Américo Libério, a opção neste momento é comprar matéria-prima nacional. “Temos certamente a opção de comprar produtos nacionais. O que não influencia de maneira nenhuma na qualidade dos produtos finais. Os produtos importados são nitrato de potássio, clorato de potássio e perclorato de potássio, são as três principais matérias-primas para a fabricação dos fogos. Há muitos empresários que se mantiveram fiéis aos fornecedores nacionais, mesmo com a baixa da moeda em anos anteriores“, disse Américo.

O sindicato ainda afirma que a crise se concentra no Brasil. As exportações continuam equilibradas. “Países que já compravam continuam comprando na mesma proporção. O problema é mesmo interno, muitos locais estão comprando em quantidades mínimas”, contou Américo.

A queda de 70% nos negócios,segundo o sindicato, é ainda pior quando levado em consideração que 2014 já não foi um ano bom para o setor. Na ocasião os empresários esperaram por um aumento significativo por conta da Copa do Mundo e das Eleições, mas o efeito foi contrário. Ao invés de alavancar a demanda, houve queda de 30% no faturamento em relação a 2013. O ano fechou em 20% de declínio.

destac - g1
Foto: Anna Lúcia Silva

Santo Antônio do Monte, tem mais de 27 mil habitantes, segundo o último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o polo de pirotecnia reúne aproximadamente 76 empresas especializadas na fabricação de fogos de tiros e cores, estalos de salão, traques e bombinhas de riscar, entre outros itens. A produção do Arranjo Produtivo Local (APL), que conta ainda com outras oito cidades vizinhas de Santo Antônio do Monte, responde por praticamente todo o produto consumido no estado, cerca de 95% no país.

Demissões
O presidente do Sindiemg, Jorge Lacerdas, afirma que a queda na demanda foi grande e as empresas mal estão conseguindo se sustentar. “Vários fabricantes demitiram 50% ou mais do efetivo e cortaram a produção pela metade“, explicou.

Já operando com metade da capacidade e com estoques elevados, muitas empresas correm o risco de fechar as portas caso não haja uma retomada nas vendas. Outras estão reduzindo o quadro de funcionários, como é caso de Fernando dos Santos. Ele disse que já demitiu 40 funcionários este ano e teve que reduzir a produção em 30% em relação ao ano passado. “Mas há uma boa perspectiva para o ano que vem, que será um ano de Eleições. Esperamos que não ocorra a mesma decepção de 2014”, reforçou.

O gerente do Sindiemg, Américo Libério diz ainda, que teme por mais desligamentos. “Infelizmente haverá mais demissões. Hoje mesmo conversei com um empresário e ele disse que já demitiu 60 funcionários. Tinha 200, ficou com 140 e agora vai dispensar mais 10. A gente espera que fique nisso. Mesmo com a perspectiva que alguns empresários estão em relação ao ano que vem, o aconselhável é não investir tanto, por conta da situação econômica do país”, finalizou Libério.

Por: G1

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