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‘Um sonho se tornou realidade’, afirma Gabriely Franco, a primeira árbitra de Arcos

Gabriely Franco começou a arbitrar em abril desde ano e possui como inspiração a mãe, Ângela Franco, e a árbitra da CBF, Edna Alves.

João Alves 


Não é possível negar que uma sociedade marcada pela violência de gênero – em suas diferentes manifestações – e pela associação da figura feminina ao ambiente doméstico é machista. Contudo, tampouco é verdade que a luta incessante das mulheres por igualdade de direitos e oportunidades não deu em nada. E a árbitra Gabriely Silva Franco, de 32 anos e natural de Arcos, é um exemplo disso. 

De fato, estamos tão acostumados a conjugar determinados substantivos e adjetivos pelo gênero masculino que, à primeira vista, algumas palavras causam estranhamento, como é o caso da palavra “árbitra” – ou seja, uma mulher que é árbitro. “Eu não tenho relatos e dados de que tenha tido outra mulher atuante, mas no momento só eu que atuo. Caso tenha tido, eu não sei falar”, afirma Gabriely sobre a ausência de mulheres na arbitragem esportiva e sobre como este fato é normalizado. 

Tais considerações foram feitas para introduzir que esta questão é também uma questão de gênero – mas não é só. É, antes de mais nada, a história de uma mulher que, desde a infância, perseguiu o seu sonho e hoje colhe os frutos de seu trabalho. 

Família: fonte de inspiração e apoio

Gabriely Franco é filha de Ornando Franco Sobrinho e Angela Maria da Silva Franco, figuras que são seus alicerces e inspirações diárias de persistência, caráter e humildade. Ela cresceu no meio esportivo e desde a infância nutre um grande interesse pela área. No início deste ano, ela se tornou a primeira árbitra da Liga Arcoense de Desportos (Liade) na categoria futebol. 

“O interesse pelo esporte surgiu desde minha infância. Fiz o curso da FMF de futsal em 2021, na cidade de Belo Horizonte, e comecei a arbitrar pela ‘Liade’ no futebol desde que iniciou o Campeonato Municipal de Arcos, em 30 de abril de 2022”, comenta Gabriely que, até o momento participou de 28 partidas, seja como árbitra ou bandeirinha. 

Embora ela afirme que os jogadores tenham sido respeitosos durante os jogos, existe o preconceito, que ora aparece de forma explícita, ora aparece de forma velada. Mas, Gabriely vê na figura da mãe, Ângela, uma mulher guerreira, sua inspiração de alguém inabalável. 

Além dela, a arcoense admira Edna Alves Batista, árbitra da Confederação Brasileira de Futebol e da Fifa.

“Sonho e projeto um futuro melhor para as próximas gerações e tudo que estamos plantando, iremos colher no futuro. Nós mulheres ainda seremos reconhecidas pelos nossos feitos e por quebrar padrões que jamais deveriam ter existido. A visibilidade e a oportunidade abrirão portas para que mais mulheres possam ingressar na arbitragem”,  afirma com relação ao efeito cascata que o advento de mulheres em profissões, até então, tidas como masculinas, pode gerar. 

Um reacado para as próximas gerações

Neste sentido, Gabriely dá um recado especial para as meninas que desejam entrar na arbitragem: “Seja qual for o seu sonho, busque a concretização dele. Lugar de mulher é onde ela quiser. E, acima de qualquer coisa, sejam felizes e realizadas em suas escolhas. Sejam persistentes, determinadas, mantenham-se sempre focadas e não deixem que nenhum obstáculo te tire do seu objetivo”

Finalizando o bate-papo com o Jornal Cidade, Gabriely Franco agradece a Deus e a sua família pelo apoio, e aos responsáveis da Liade pela oportunidade que sempre esperou e que foi concretizada. 

“Agradeço a Deus e à minha família, por estar sempre ao meu lado me apoiando e incentivando. Aos responsáveis pela Liade  (Marco Antônio) e Joga10.sports (Thiago Castro) pela oportunidade, justamente a oportunidade que eu sempre esperei e  foi concretizada. Deixo também o meu muito obrigada ao meu time @bodock futsal feminino, do qual sou fundadora e atleta.  Muito satisfação e orgulho em fazer parte. Um sonho se tornou realidade”, conclui. 

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