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Separadas há 40 anos, mãe e filha podem se reencontrar em Lagoa da Prata

Moradora de Lagoa da Prata, Ana Lúcia Fonseca espera rever a filha que reside no Triângulo Mineiro

No início de maio, a agente comunitária de saúde Bruna Gonçalves, do município de Itapagipe, no Triângulo Mineiro, entrou em contato com o Jornal Cidade e solicitou informações sobre o paradeiro de uma mulher que foi separada dos filhos pelo marido, em meados da década de 1980. Em Itapagipe, a agente faz atendimento à dona-de-casa Maria

Aparecida Ramos, que deseja reencontrar a mãe Ana Lúcia Fonseca Ramos, 72 anos, que atualmente reside em Lagoa da Prata.

Ana Lúcia já conversou, por telefone, com a filha e mostrou-se ansiosa para o encontro. “Peço que ela me perdoe. Não foi minha culpa e nem era o que eu queria. Durante toda a minha vida eu procurei e esperei por eles. Após os  sofrimentos que passei, minha cabeça ficou muito ruim. Eu já não tinha lembrança de muita coisa. Apanhei muito, sofri demais e eu ficava nervosa, pois não os encontrava. Vou chorar de felicidade ao encontrar minha filha e também estou doida para ver os outros dois. Será que vou viver até o dia que ela chegar aqui?”, disse ao Jornal Cidade.

A SEPARAÇÃO

A história começou quando Ana Lúcia e seu primeiro marido arrumaram um emprego em Goiás e se mudaram de São Paulo, juntamente com três filhos. Ela e o esposo foram trabalhar na mesma empresa de desmatamento. A mulher era cantineira e o companheiro tratorista. No local, ela podia ficar com os filhos e por ali alimentá-los.

Em outra parte da cidade, um rapaz contratado para jogar futebol em um dos times da cidade se machucou e foi demitido do clube. O dono da empresa onde Ana Lúcia trabalhava o contratou para atuar como apontador e a ela foi delegado os cuidados com o novo funcionário, que ainda estava machucado. “Um dia, meu ex-marido, com muito ciúmes, perguntou para um dos meus filhos, que também ficava comigo na cantina, se eu ficava conversando muito com o moço. E o menino respondeu que sim. O meu ex-marido pegou algumas roupas minhas, colocou em uma mala e me mandou embora. “Fui num caminhão que buscava os peões da empresa”, lembrou a mulher.

Tempos depois, o moço que recebia os cuidados de Ana Lúcia ficou sabendo que o seu marido havia lhe  expulsado da fazenda por causa de ciúme. “Cheguei à cidade de Santa Helena de Goiás e fui para a casa de uma conhecida até arrumar um jeito de ir embora para outro lugar. Quando a notícia correu, aquele moço que eu ajudava ficou indignado e disse que cuidaria de mim. Então ele foi atrás de mim e disse que se sentia responsável. Fui embora com ele, pois estava numa situação muito difícil e não tinha para onde ir. Onde ele morava tinham só dois cômodos e a cama dele, nem fogão tinha. E assim, moramos juntos e tivemos três filhos. Eu estava grávida do meu ex-marido. Ele aceitou a criança e tivemos outras duas”, destacou.

AGRESSÃO

Passado alguns anos, Ana Lúcia foi ao encontro dos filhos que deixou com o ex-marido. “Ele me espancou. Fiquei desfigurada e tenho sequelas até hoje. Nem cheguei a ver os meninos. Eu estava grávida e ele se ajoelhou em cima da minha barriga. Eu saí e fui embora. “Nunca mais eu tive coragem de ver os meus filhos”, lamenta.

Posteriormente, Ana Lúcia e seu atual esposo vieram morar em Lagoa da Prata, onde ficaram por pouco tempo, mudando-se em seguida para Pirapora, no norte de Minas Gerais. Com o falecimento do companheiro, Ana Lúcia voltou para Lagoa da Prata juntamente com dois dos três filhos do último casamento.

O encontro entre Ana Lúcia e a filha Maria Aparecida deve acontecer nas próximas semanas. “Eu espero que minha filha e os outros dois filhos estejam bem. Os outros dois moram em Rio Verde (GO), mas ainda quero viver para ver todos”, desabafa.

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