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Polícia Ambiental embarga obra do Saae em Área de Preservação Permanente

Saae apresentou solicitação de intervenção junto ao IEF, porém, não citou que obra seria realizada em área de vereda. Ao tomar conhecimento, Polícia do Meio Ambiente realiza o embargo da obra.

Reportagem: Alan Russel

No dia 14 de maio, o Jornal Cidade recebeu denúncias de que uma draga de esteira estaria realizando um trabalho de drenagem em área de vereda próximo ao novo Bairro Rodolfo Pio. Na ocasião, a reportagem do JC esteve no local, fez o registro da atividade e entrou em contato com a gestão municipal para melhor entender o que motivou a obra na região.

Ao entrar em contato com a Secretaria de Meio Ambiente, nos foi informado que a instituição responsável pela obra é o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município. A diretora do Saae, Fátima Tavares, explicou que se trata de uma obra emergencial e que o órgão tem as devidas licenças para realizar a intervenção. A reportagem do JC solicitou que a diretora, Fátima Tavares, apresentasse a documentação e explicasse a motivação para realizar a intervenção na Área de Preservação Permanente (APP). Porém, após diversas ligações, Fátima Tavares não apresentou nenhuma documentação, tampouco retornou nossas chamadas.

(Foto: Rafael Robatine/Jornal Cidade).

Polícia do Meio Ambiente e Instituto Estadual de Florestas (IEF)

O Instituto Estadual de Florestas (IEF) é o órgão estadual responsável pelas atividades ligadas ao desenvolvimento e conservação florestal, ao estímulo das pesquisas científicas relacionadas à conservação da biodiversidade e à gestão de áreas protegidas e das unidades de conservação estadual. O escritório do IEF responsável pela área que abrange o município de Lagoa da Prata fica na cidade de Arcos. A redação do Jornal Cidade conversou com Fabrício Ribeiro, analista ambiental do IEF, para entender melhor o que motivou o Saae a realizar intervenção em APP.

“Pelo que tenho conhecimento, o Saae formalizou no IEF em Arcos, três processos requerendo intervenção em Área de Preservação Permanente, para desassoreamento e limpeza. Porém, estes processos ainda estão aguardando análise e vistoria de campo. Sendo assim, a autorização ainda não foi concedida, mas tem os processos formalizados aguardando a análise”, explicou o analista ambiental do IEF.

Fabrício salientou também que o IEF é o órgão competente para analisar e emitir a autorização e que, em intervenções em área de APP, ela só pode ser emitida em caso de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, e que no caso de fiscalização ao decorrer da obra, é competência da Polícia Ambiental e do Núcleo de Fiscalização, que tem locação em Divinópolis.

(Foto: Rafael Robatine/Jornal Cidade)

O sargento da Polícia Ambiental, Leonardo Ribeiro, disse que acompanhou de perto o trabalho do Saae e explicou os motivos que levaram ao embargo e paralisação da obra.

“Na verdade, o que o Saae protocolou no IEF, é um pedido de obra emergencial, que no caso é um comunicado de que vai realizar a obra, e só depois regularizar a atividade no órgão ambiental. Quando apresentaram a documentação, a Polícia Ambiental fez um auto de infração de advertência, onde estabelece que o Saae deveria cumprir o que estava na lei. Sábado, 16 de maio, voltamos ao local e vimos que a obra estava sendo realizada em local diferente do que foi informado ao IEF. A intervenção não estava sendo feita no leito do córrego, mas sim em APP, em vereda. Após a constatação, realizamos a autuação e embargamos a atividade toda” explicou o sargento da Polícia Ambiental.

O sargento explicou que, analisando imagens de satélite, o leito do Córrego Chico Félix, antes do assoreamento, se localizava no lado oposto onde a máquina estava realizando os trabalhos, e que isso foi um fator determinante para o embargo da obra.

“Com o auxílio de satélites, recuperamos fotos de 2007, onde constatamos que havia um curso d’água na região. Porém, esse curso d’água se encontrava a direita da vereda, próximo ao sítio do José Antônio Vidal. E de 2007 pra cá, o córrego foi assoreado e se perdeu o curso d’água do Chico Felix. Nós embargamos a obra porque ela estava sendo feita ao contrário de onde é o curso d’água. Onde a máquina estava trabalhando nunca houve curso d’água”, finalizou o sargento Leonardo.

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