Tomáz de Aquino explica como o terceiro setor contribuiu para o crescimento do PIB brasileiro

Um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revelou que o terceiro setor brasileiro contribuiu com 4,27% do PIB do país em 2022. A fatia dedicada às organizações que desenvolvem atividades assistenciais e filantrópicas foi superior ao dobro do setor de fabricação de automóveis, que correspondeu a 1,80% do PIB, e semelhante ao do agronegócio, que correspondeu a 4,57% do PIB.

O estudo também apontou que mais de 6 milhões de trabalhadores brasileiros são oriundos do terceiro setor, o que representa 5,88% dos postos de trabalho ativos no país, maior até mesmo do que os destacados 5,86% gerados pela construção civil. Para o especialista em direito para o terceiro setor, Tomáz de Aquino Resende, o setor é um espaço sociológico para abrigar organizações e instituições sem fins lucrativos e que prestam serviços de caráter público, conhecidas como OSCs, que englobam associações, fundações, cooperativas sociais e muitos outros tipos de pessoas coletivas que são assistencialistas.

Além disso, Resende explicou que, além dos relevantes serviços públicos prestados pelas instituições nesses segmentos mais sensíveis da organização social, o terceiro setor é um forte expoente econômico para geração de empregos, círculos monetários e distribuição de renda.

“O curioso é que existem pessoas que entendem o terceiro setor apenas como um trampolim para caridade, mas esquecem que, para que ocorram essas boas ações, existe gente trabalhando, dinheiro aportado e, o mais importante de tudo, conexão eficaz entre os três setores que compõem o Estado: Governo, Mercado e Terceiro Setor”, afirmou o advogado.

De acordo com Resende, o terceiro setor ainda contribui com atividades de diferentes segmentos, sendo que sua relevância econômica é pautada por variáveis como a participação na composição do PIB, na geração de postos de trabalho e no valor de produção da economia, percebida não só de forma isolada e intrassetorial, mas também por seus encadeamentos com outros setores. O advogado ressaltou que, quanto maior o nível de interdependência deste setor em relação aos demais, maior será o impacto sistêmico na economia.