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Suposta ameaça de morte e suicídio, feita por estudante da PUC, gera boatos em Arcos

 

Desde a última sexta-feira, 27, circula nas cidades de Arcos e Lagoa da Prata, e nas redes sociais o boato de que um jovem de 23 anos, natural de Lagoa da Prata, iria matar pessoas na PUC Minas em Arcos, onde estuda, e cometeria suicídio em seguida.
Postagens na rede social do rapaz fizeram pais e alunos ficarem em alerta. Alguns alunos deixaram de ir às aulas na sexta-feira, 27, e no sábado, 28 de setembro.
Diante do boato, o CCO buscou informações junto a autoridades policiais, alunos que conhecem e estudam com o jovem e alunos que estudam na universidade.

Sobre a possível ameaça – Segundo o comandante da 241ª Companhia de Polícia Militar em Arcos, tenente César Henrique Bittencourt, na sexta-feira (27) à noite um policial lotado em Arcos e que faz direito na PUC o comunicou do fato e mostrou a ele postagens do jovem feitas na página pessoal de uma rede social.
Diante das informações, o tenente entrou em contato com a Polícia Militar em Lagoa da Prata e solicitou que fossem realizadas buscas na casa do jovem. Os militares da cidade vizinha foram até a casa do jovem e fizeram buscas em todo o quarto, mas não encontraram nada que pudesse incriminá-lo.
O tenente Bittencourt informou que foi registrado um boletim de ocorrências com a finalidade de registrar as buscas feitas na casa da família. Em conversa com a mãe do rapaz, ela contou aos policiais que ele fez uma cirurgia de redução de estômago e que está depressivo. Ela disse estar chateada com os boatos.

Perfil do jovem – Ele é natural de Lagoa da Prata e trabalha em um banco da cidade. De acordo com informações passadas ao CCO por conhecidos dele, ele está de licença médica e não está trabalhando estes dias.
Segundo relatos de conhecidos, ele é um jovem tranquilo, que estuda e trabalha. Após a cirurgia de redução de estômago, ele passou a tratar com especialistas, que o afastaram por um tempo dos estudos e do trabalho.
Segundo uma colega de turma, o jovem faz aulas em apenas dois períodos.

Relatos de uma colega de sala

‘Primeiramente não há ameaças. […] Ele não fará e nunca teve intenção de ameaçar ou fazer mal nenhum a ninguém […]’

Em contato com uma colega de sala do jovem, ela disse que não existe ameaça e que os boatos começaram a partir de uma brincadeira realizada em sala de aula. “Primeiramente não há ameaças. […] Ele não fará e nunca teve intenção de ameaçar ou fazer mal nenhum a ninguém. O problema foi que uma brincadeira interna dos colegas de sala dele tomou rumos que não condizem com o real”, destaca. A jovem disse não saber o teor da brincadeira, mas garante que não incluía morte de ninguém. “A brincadeira não foi feita comigo, mas com toda certeza não incluía morte de ninguém, muito menos na universidade”, declara.
Para a colega de turma do jovem, ele é uma pessoa tranquila, de muitos amigos. “Todos os que convivem com ele sabem que ele é uma ótima pessoa, brincalhão e que possui vários amigos. Mas infelizmente pessoas que não sabem como o assunto surgiu já criaram uma ‘margem’ terrível dele, denegrindo inclusive a imagem dele e da família”, destaca.
Com relação às postagens feitas pelo jovem na rede social, a colega disse que foram deletadas devido à proporção que tomaram. “Quanto às postagens no perfil dele foram apagadas porque todos estavam dispersando o assunto e acabou que por causa das postagens o povo começou a inventar que os números que ele colocava eram de quantas pessoas iria matar ou uma suposta contagem regressiva para isso. […] Os que sabiam do assunto estavam até rindo e comentando brincadeiras”, ressalta.
Quanto aos comentários sobre o estado psicológico do jovem, a colega dele diz: “Estão falando sobre trancamento de faculdade, internação em clínica psiquiátrica, lista de nomes que ele iria matar e nada disso é verdade”, destaca. Ela acredita que o jovem tenha errado, mas que com esclarecimentos conseguirá explicar o que houve. “[…] Creio que com os esclarecimentos que ele dará para o reitor da universidade, professores, alunos, funcionários e colegas vá adiantar alguma coisa”, conclui.

Medo – Alguns alunos da PUC Minas em Arcos que sabem do caso estão tomando medidas preventivas. Na sexta-feira, 27, e no sábado, 28, vários deles faltaram de aula.
Os pais também estão preocupados com a segurança dos filhos. O pai de uma aluna que mora em Lagoa da Prata a proibiu de frequentar a aula nos últimos dias até que tudo volte ao normal.

Rotina alterada – Nas dependências da PUC Minas em Arcos também funciona uma escola particular para crianças e adolescentes e o IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais). Em decorrência da suposta ameaça, hoje, dia 30, as aulas na escola foram suspensas e no IFMG também.
O CCO foi informado por pais de alunos que à noite terá reunião de pais com representantes da escola. A equipe do CCO tentou contato com a direção da escola para saber detalhes, mas não obteve êxito.

PUC não se manifesta – Logo pela manhã, a equipe do CCO entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da PUC Minas em Belo Horizonte para obter esclarecimentos sobre o assunto. A Assessoria ficou de retornar a ligação e o e-mail. Por volta de 15h40, uma assessora ligou na Redação do CCO e informou que a PUC Minas não está falando sobre o assunto com a imprensa, mas acrescentou que “a instituição está acompanhando o caso, acolhendo o aluno em todas as suas necessidades e tomando medidas para tranquilizar o jovem, familiares e demais alunos da PUC Minas em Arcos”.

Providências ao caso – Segundo o comandante da Polícia Militar em Arcos, tenente Bittencourt, até a manhã desta segunda-feira, a PM não havia recebido nenhum contato oficial dos responsáveis pela PUC Minas.
Segundo o delegado Irineu Coelho, as informações tomaram proporções que fugiram do controle, grande parte delas com exagero, excessos e brincadeiras. O delegado informa que as providências que já poderiam ter sido tomadas pela polícia já foram tomadas.
Dr. Irineu Coelho também afirma que nenhuma suposta vítima procurou a delegacia de Arcos para registrar ocorrência. Ele explica que se, porventura, alguma pessoa for efetivamente ameaçada, a polícia iniciará uma investigação perante o caso.
O delegado também informa que o jovem não tem antecedentes criminais. A orientação da polícia é para que a rotina de aulas seja mantida e em casos de possíveis ameaças que as autoridades policiais sejam acionadas.
Os artigos 240 a 250 do Código de Processo Penal tratam das buscas realizadas em residências ou pessoas. Perante a Constituição, todos são iguais e por isso a busca pessoal não constrange ou mancha a imagem do cidadão. Ela tem por objetivo buscar fundamentos, arma ou objetos, que venham concretizar a suspeita. Em caso de não ser encontrado nada que concretize a suspeita, a pessoa é comunicada e nada acontece com ela.
Segundo o tenente, esse procedimento está autorizado aos policiais militares caso o jovem seja visto na rua, em local público. O tenente explica que dentro da universidade o procedimento só poderá ser realizado se solicitado pelos representantes acadêmicos, uma vez que a instituição tem regimento próprio e visa à integridade do aluno, além de ser particular e ter segurança privada.

 

Adriano Santos – Portal TV Cidade, Lagoa da Prata.

Fonte: jornalcco.com.br

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