Começa no dia 6 de agosto a campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite (paralisia infantil). As vacinas estarão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde e na policlínica II, até 31 de agosto, sendo o ‘Dia D’ no dia 18. Este ano a preocupação dos setores de saúde na conscientização para que os pais levem as crianças para se vacinarem está sendo bem maior que os anos anteriores.
A ocorrência de centenas de casos de sarampo em vários estados do país, principalmente Roraima e Manaus, onde a doença causou a morte de um bebê, deixaram o país em alerta. O Brasil não registrava casos de sarampo desde 2014 e a volta da doença preocupa. Em relação à poliomielite, o Ministério da Saúde informa que, especialmente na Bahia, 312 municípios enfrentam o risco de surto. Há 28 anos o Brasil não registra casos da doença, no entanto, o risco de ela voltar implica na resistência dos pais em não vacinarem os filhos. Em Lagoa da Prata, desde que a doença foi erradicada no país não se tem notícias de casos, mas é muito importante a população ficar em alerta.
De acordo com o médico diretor técnico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e gerente de Vigilância Epidemiológica, Diogo Chaves, a doença está voltando porque as pessoas ficaram menos preocupadas com ela, devido a erradicação que tinha acontecido. “O sarampo e a poliomielite não existem só no Brasil. Existem na América Central, África, Europa, principalmente no leste europeu. A poliomielite foi erradicada no Brasil nos anos 90 e o sarampo em 2013, só que esses outros países têm as doenças, e as pessoas do Brasil têm contato com estrangeiros”.
Diogo reafirma que a vacinação é efetiva, sim, mas para eliminar formas graves. Ela não impede que a pessoa seja infectada com uma alta carga viral que venha de forma fecal, oral ou por alimentos contaminados, no caso da poliomielite. “Gerou-se essa falsa impressão, que se vacinou está tudo certo e a doença não vai mais agir, e não é assim”, explica e faz um alerta aos lagopratenses: “Nós temos uma peculiaridade que são os comerciantes, que viajam pelo Norte e Nordeste, onde estão os surtos, ficam lá por 30, 40 dias e podem adquirir doença e transmitir dentro de Lagoa da Prata. Então a vacinação se torna tão importante porque ela é a medida mais eficiente de eliminar as formas graves das doenças”, orienta.
Segundo a pediatra Tatiana Marques, que atende no Hospital São Carlos, antes do advento das vacinas as pessoas morriam ou ficavam com sequelas em decorrência de epidemias como varíola, poliomielite, sarampo e outras doenças infectocontagiosas. “As vacinas são conquistas para a humanidade, evitando as formas graves e fatais das doenças. Faz-se necessário uma alta adesão às vacinas na população em geral, não só em crianças, para garantir a imunidade de grupo. Assim, pessoas não serão acometidas pelas formas graves das doenças. A maioria das vacinas consegue proteger cerca de 90% a 100% dos indivíduos. O pequeno percentual de não proteção se deve a alguns fatores como o tipo de vacina e a não capacidade do organismo da pessoa vacinada produzir a resposta imunológica esperada”.
CONTRAINDICAÇÕES
A vacina contra sarampo e pólio é contra indicada em menores de seis meses de idade, gestantes e em pessoas imune comprometidas, que estão tratando de câncer, por exemplo. Pessoas com doenças autoimunes, que estão usando medicamento com altas doses, não devem fazer uso do medicamento.
Desde que a doença foi erradicada no país não se tem notícias de casos na cidade. As vacinas estão disponíveis em todas as unidades básicas, na policlínica II, que é a responsável pelo setor de vacinas do município.
CAMPANHA DO ROTARY
O Rotary Clube de Lagoa da Prata – Princesa do Oeste –está realizando uma campanha para estimular os pais a levarem seus filhos para vacinarem. O Rotary sorteará uma bicicleta para as crianças que estiverem com o cartão de vacina em dia no término da campanha contra a poliomielite e o sarampo. Os cupons estão disponíveis nos PSF’s, onde deverão ser preenchidos e colocados em uma urna.