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‘Mostrar um mundo que passa despercebido pela maioria’: lagopratenses comentam sobre trajetória na Fotografia

Seja profissionalmente ou por hobby, fotografar vai muito além do clique. Esta é impressão passada por Michele Pacheco, Demétrius Ferreira e Dener Ribeiro, fotógrafos entrevistados pelo Jornal Cidade.

Por: João Alves 


Michele Pacheco (40), fotógrafa profissional de Lagoa da Prata, teve seu primeiro contato com a fotografia aos 15 anos de idade. Não precisou de outro. Logo se apaixonou pela técnica de registrar momentos e até chegou a desistir da sua festa de debutante – com a qual muitas meninas sonham desde que descobrem a sua existência – por uma câmera analógica.

Talvez pela atmosfera de filme da Disney que as festas de debutantes evocam, a história de Michele ganhe contornos de um conto de fadas. Só que, no lugar do príncipe, foi pela profissão de fotógrafa que ela se apaixonou e teve seu final feliz. 

Michele Pacheco (Arquivo pessoal/Reprodução)

É sempre questionável a ideia, incrustada na cabeça de parte considerável da população mais jovem, de que trabalhar com aquilo que se ama é o mesmo que não trabalhar. Afinal, trabalho é trabalho. Gera estresse, há prazos envolvidos e o cansaço, por mais prazerosa que seja a rotina, uma hora dá às caras. Contudo, ao conversar com dois fotógrafos profissionais, pareceu-me que a paixão pela fotografia amortecia algumas das dores mais comuns do ofício. 

Demétrius Ferreira (36) é outro fotógrafo profissional apaixonado pelo que faz. Quando criança, observava atentamente quadros, pinturas, revistas e os retratos que tinha em casa. O contato com a fotografia aconteceu quando comprou uma câmera de bolso – daquelas digitais, mais antigas, explica ele. Não deu outra. Transformou-a em sua companheira inseparável e a levava para todo e qualquer canto, registrando tudo o que via.

Demétrius Ferreira (Foto: Arquivo pessoal)

‘Sentia que faltava alguma coisa’

Há cerca de 10 anos, Demétrius percebeu que além de um hobby, a fotografia poderia ser rentável. Passou, então, a investir em equipamentos e cursos. 

“Sempre tive outras profissões. A fotografia era um segundo trabalho que eu me dedicava aos finais de semana. Chegou um momento em que tive que escolher se ela seria meu principal trabalho ou não”, contou Demétrius. 

De acordo com o fotógrafo, a família o apoiou em sua escolha, mas com um pouco de receio: “Hoje faz 2 anos que vivo somente de registrar momentos e foi minha melhor escolha”. 

Michele passou por um processo parecido. A fotógrafa se formou em pedagogia e seguiu um tempo na profissão. Contudo, em suas palavras, “sentia que faltava alguma coisa”. De início, sua família foi contra sua decisão de seguir profissionalmente com a fotografia. Porém, com o tempo, conforme se especializava e era valorizada como fotógrafa, as coisas melhoraram. Há 5 anos Michele tem seu próprio estúdio na cidade. 

‘Meu hobby favorito’

Sem entrar no mérito dessas suposições, de forma figurativa, pelo menos, e considerando os depoimentos dos três fotógrafos, parece-nos justamente o contrário. A fotografia rouba a alma daquele que fotografa.

Dener Ribeiro (27), ao contrário de Michele e Demétrius, fotografa por hobby. Para ele, ser fotógrafo é mais que eternizar momentos: “é uma arte, é mostrar um mundo que passa despercebido pela maioria”. 

Dener Ribeiro (Instagram/Reprodução)

Ele conta que desde criança teve contato e interesse com a arte e que hoje, a fotografia é seu “hobby favorito”.   

“A minha paixão é fotografar cidades históricas. As fotos de Tiradentes são as minhas favoritas. Muitas vezes não tem uma história marcante por trás, apenas extrair o que o lugar tem de interessante para nos mostrar”, destacou.

 

Às próximas gerações

O interesse pela representação de pessoas, lugares e objetos remontam ao tempo das cavernas. Logo, é de se assumir que o interesse pela fotografia continue latente nas próximas gerações, e nas próximas depois destas, sucessivamente, até o último par de olhos humanos se fecharem.

Para os fotógrafos que virão, Michele conta que o segredo de uma boa fotografia não é o equipamento, mas a criatividade e a vontade de fazer a diferença na vida das pessoas. Demétrius é visceral em sua fala: ser fotógrafo é transmitir mensagens, gerar lembranças e contar histórias. Seu conselho para as próximas gerações é que invistam conhecimento e amem o ato de fotografar.

 

 

 

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