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Conferência sobre segurança pública é realizada na Câmara Municipal de Lagoa da Prata

Fotos: ASCOM

Aconteceu na manhã dessa segunda-feira (19), as 09h, uma conferência na Câmara Municipal de Lagoa da Prata. O objetivo é traçar metas e estratégias para melhorar a atual situação da segurança pública no município.

Estiveram presentes na reunião deputados estaduais, representantes do Ministério Público, Delegados da Polícia Civil, comandantes da Polícia Militar, vereadores de Lagoa da Prata, o prefeito municipal, Paulo Teodoro e secretários da atual administração. Pessoas da comunidade participaram da conferência e puderam opinar em diversos assuntos. Eles foram ouvidos pelas autoridades.

Quatro requerimentos de providências foram aprovados durante a audiência. Os deputados pedem a construção de um centro socioeducativo na cidade, tendo em vista a elevada criminalidade cometida por adolescentes; a ampliação dos efetivos das Polícias Civil e Militar; e melhorias na estrutura do Poder Judiciário e do Ministério Público. Também foi aprovado requerimento para que o governador Antônio Anastasia priorize a ampliação dos efetivos das Polícias Civil e Militar no Orçamento do Estado para 2014.

Segundo o comandante da 7° Região da Polícia Militar, Eduardo Campos de Paula, a impunidade é um dos grandes problemas para o combate à criminalidade. “Se a população tivesse receio da punição, não haveria pessoas cometendo o mesmo crime várias vezes. O Brasil é o país que mais prende e também o que mais solta”, pontuou. O comandante também questionou a maioridade penal. “Os maiores usam os menores para cometerem certos crimes. Isso precisa ser levado em consideração”. Ele enfatizou que a maior parte dos crimes cometidos em Lagoa da Prata tem relação com o tráfico de drogas.

O promotor Eduardo Almeida da Silva pediu a construção de um centro de internação para menores infratores na cidade. Já o promotor Luís Augusto de Rezende Pena deu destaque à sobrecarga de trabalho dos funcionários do Ministério Público e do Poder Judiciário. “Se uma terceira vara fosse instalada, ela já chegaria sobrecarregada. Se eu não tivesse vida social, nem família, e dedicasse 24 horas por dia ao meu trabalho, ainda não daria conta de todos os processos que tenho”, afirmou. Pena destacou ainda a ineficiência do sistema carcerário e socioeducativo como uma causas da criminalidade. “O Estatuto da Criança e do Adolescente, para mim, é uma farsa. A gente não solta os menores porque quer. Não somos nós quem mandamos, quem manda é a lei”, disse Pena.

O deputado Tiago Ulisses, que é de Lagoa da Prata, destacou a necessidade de investimento federal na segurança. “Não tem uma só vaga em presídio federal em Minas Gerais. E a proteção das fronteiras do País é muito precária”, criticou Tiago. O parlamentar citou, ainda, iniciativas bem sucedidas em Lagoa Prata, como a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).

O deputado Fabiano Tolentino ressaltou que a criminalidade é migratória. “Ao apertar o cerco em torno de Minas Gerais, a tendência é de que os criminosos saiam”, disse Tolentino. Ele destacou que o grande aumento no consumo das drogas teve por consequência o aumento na criminalidade. “Estamos rodando Minas Gerais para escutar as demandas nessa área. O papel da Assembleia é ir a cada município saber como está a situação em todo o Estado. Temos feito isso e continuaremos fazendo”, pontuou.

  O delegado regional de Bom Despacho, Ivan José Lopes, destacou que já têm sido feitos esforços relevantes para diminuir a criminalidade em Lagoa da Prata. Segundo ele, 80% dos homicídios cometidos neste ano na cidade já foram resolvidos. “A situação aqui não está tão alarmante. O problema de segurança não é só na cidade, o aumento da criminalidade é nacional”. Ele também defendeu a criação de uma delegacia regional em Nova Serrana, para não sobrecarregar a de Bom Despacho e melhorar o atendimento em Lagoa da Prata. “Também seria importante a construção de um centro socioeducativo e de internação provisória. Não há nenhum em Lagoa da Prata e nem nos 22 municípios da região”, completou o delegado.

Integração de polícias é apontada como solução. O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado João Leite destacou que Lagoa da Prata tem uma localização estratégica, o que beneficia a rota de fuga e de tráfico. De acordo com ele, na BR-262, há um policial federal a cada 700 quilômetros. “Precisamos de união entre os policiais civis e militares. É possível que o efetivo aumente se todos trabalharem em conjunto e compartilharem informações. Hoje isso não acontece”, apontou João Leite. O parlamentar também manifestou preocupação com o tráfico de pessoas durante a realização da Copa do Mundo no ano que vem.

O autor do requerimento para a audiência e vice-presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigue, destacou que o papel dos parlamentares é cobrar do governo o aumento do efetivo das polícias, segundo ele, uma demanda em quase todo o Estado. “Mas até que esse efetivo venha algo precisa ser feito. Lagoa da Prata precisa de ações de repressão qualificada, da agilidade e compreensão do Ministério Público e do Judiciário, para emitir os mandados com rapidez e para que a lei se faça cumprir”, disse Rodrigues. O parlamentar também defendeu programas como o Fica Vivo, que segundo ele poderiam colocar “o braço do poder público” em locais carentes, tirando a referência dos traficantes.

 

Adriano Santos – Portal TV Cidade, Lagoa da Prata.

Fonte:Portal Assembleia de Minas -www.almg.gov.br

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