Casarão de Lagoa da Prata será reformado e abrigará Centro Cultural
Reforma custará mais de 1 milhão e meio e deverá ser concluída em 1 ano. O Centro Cultural abrigará exposições, arquivos da história e servirá de espaço aos grupos de Cultura da cidade.
O “museu” de Lagoa da Prata, casarão construído no final do século 19, passará por reformas e abrigará um centro cultural. A informação foi divulgada pelo prefeito Di-Gianne na última terça-feira (4).
O casarão foi o primeiro edifício construído no distrito “São Carlos do Pântano”, antigo nome de Lagoa da Prata, antes desta ser elevada à categoria de cidade. O local serviu de moradia para o fundador da cidade, coronel Carlos Bernardes. Em entrevista exclusiva ao Jornal Cidade, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Lagoa da Prata esclareceu o preço, a finalidade e a previsão de conclusão da reforma.
De acordo com a Prefeitura, o projeto foi realizado pelo corpo técnico da Secretaria de Obras do município, com o objetivo de manter todas as características do casarão, já que possui valor histórico e sentimental imensurável para a cidade. O valor da obra está estimado em R$ 1.685.361,51, com recursos próprios do município, e a previsão para a conclusão é de 1 ano.
Após a reforma, o espaço abrigará um Centro Cultural.
“O Centro Cultural abrigará exposições de artistas lagopratenses, memoriais e arquivos da história e de personagens da cidade. Além disso, será um espaço dedicado aos grupos culturais, como a Lira São Carlos, a Academia de Letras de Lagoa da Prata, corais, grupos de dança, teatro e fazedores de cultura em geral que poderão realizar ensaios, reuniões e fazer apresentações no local, mediante organização e agendamento prévio que será definido pela Secretaria de Cultura e Turismo. Além claro, um espaço de educação patrimonial e cultural, com o objetivo de fomentar o interesse pela história da cidade e promover iniciativas de preservação e cuidado com o patrimônio histórico”, comentou a Assessoria de Comunicação.
A Prefeitura, ainda, ressaltou que a primeira etapa do projeto, enviada para a Câmara, corresponde à reforma do prédio do Casarão, já que o local necessita de urgência para iniciar as intervenções, levando em consideração o estado de conservação: Porém, o projeto apresentado e aprovado pelo Conselho Municipal corresponde a todo o entorno do local, incluindo a praça: “O projeto já está em fase final de planilhamento orçamentário e está no planejamento da Secretaria de Meio Ambiente para também ser executado”.
Como uma das finalidades da reforma do casarão é a valorização da história local, uma das preocupações levantadas foi “como essa história será contada”, e qual o potencial educativo da ação, já que o período de construção da casa do coronel Carlos Bernardes precedeu a abolição da escravatura. O próprio local, inclusive, abrigou pessoas escravizadas que serviram ao coronel- na planta original da casa, é possível visualizar o porão que funcionou como uma espécie de senzala.
Sobre isso, a Prefeitura comenta que “o espaço reformado será a nossa Casa de Cultura, e cultura educa, inclui e é lugar de transformação. Tornar o Casarão em Centro Cultural por si só, já trará um novo sentido ao local. No entanto, é preocupação da gestão não esquecer da nossa história e promover um novo sentido ao espaço, que seja inclusivo, que valorize e dê visibilidade a diversidade e a grupos minoritários, especialmente a cultura preta, através de iniciativas educativas, fomento a ações culturais neste sentido, que poderá ser trabalhada em conjunto com as redes de ensino do município”.