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Arcoense que representa a região em curso de especialização em Portugal conta experiência no país

Professora arcoense foi uma dos 100 brasileiros contemplados com a iniciativa do MEC. Educadores frequentam duas prestigiadas instituições portuguesas.

Em agosto de 2022, a trajetória profissional – e também pessoal – de Lara Naine Rodrigues, 26 anos, professora da Rede Municipal de Arcos e do Colégio Cecon, ganharia contornos até então inimagináveis para a menina de família humilde e leitora voraz, sem a pretensão de sair do país. 

Isto porque a educadora é uma entre os 100 brasileiros com melhores propostas de alfabetização e hoje representa Arcos e Minas Gerais em um curso de especialização em Portugal, com as despesas financiadas pelo MEC. 

“Eu venho representando Arcos, o Centro-Oeste de Minas e também Minas Gerais. A ideia original é que eu passe tudo o que eu aprendi aqui para os professores da minha unidade federativa, que é Minas Gerais”. 

Para participar do programa, Lara conta que precisou inscrever dois projetos: o primeiro sobre como ela aplicaria o conhecimento aprendido com seus alunos e o segundo sobre como ela o replicaria para os demais professores da rede. Além da análise dos projetos, os participantes passaram por uma rigorosa análise de currículo e análise de mérito. 

Ainda que a ideia de se hospedar em um país estrangeira sempre remeta ao espirito de férias, a agenda da arcoense é dedicada inteiramente ao curso, especialmente devido ao alto número de horas em um curto período de tempo: são 180 horas online e 240 horas presenciais. 

“O curso foi desenvolvido em parceria com duas universidades renomadas daqui de Portugal e uma deles é a Universidade do Porto, que ficou com a parte teórica, composta de 23 capítulos. Então estamos tendo aula com 23 professores em formato de imersão mesmo. É um estudo bem intenso”. 

A outra universidade parceira é o Instituto Politécnico, que ficou responsável pela parte prática, ou seja, pela visita às escolas, as atividades de intervenção e a observação do material didático. 

Perguntada pelo Jornal Cidade sobre o choque cultural que sentiu ao se hospedar em outro país, Lara responde que os hábitos são muito diferentes. 

Lara é graduada em pedagogia pela Unifor e em letras pela Unopar. Pós-graduada em Alfabetização e letramento; Pós-graduada em psicopedagogia; Pós graduada em Neuropsicopedagogia; Pós-graduada em docência com ênfase na educação básica pelo IFMG Arcos; Especialista em alfabetização baseada na ciência e Mestranda em educação.

“Existe um modo diferente de falar, de se comportar, e temos aprendido muitas coisas. O que mais me chamou atenção é a educação que eles têm uns com os outros, com o meio ambiente, com os visitantes… dentro do metrô, do hotel, de lanchonetes. A importância que se dá à leitura no país é um fator que me chamou a atenção também”, comenta Lara. 

A educadora também se diz surpreendida com o clime de Portugal. Segunda ela, o lugar é muito frio e com chuvas constantes. 

“Essa experiência para mim é uma experiência única. Eu sou de uma família humilde, jamais teria oportunidade de vir para a Europa com recursos próprios e jamais almejei. Mas, desde criança, sempre fui uma leitora voraz, apaixonada pelos livros e pela literatura, e sempre tentei transmitir este amor pelos livros aos meus alunos. Então, quando recebi a carta de aceite da Capes foi um misto de emoções. Eu fiquei em choque por muitos dias. Profissionalmente, é uma riqueza de conhecimento que nem sei mensurar para vocês”. 

Lara acredita que o programa tem o potencial de mudar a realidade da alfabetização no Brasil – atrasada, sobretudo, pelos anos da pandemia. A professora retorna ao Brasil em 18 de dezembro. 

 

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