‘Escada’ ajuda peixes a subirem rio e desovar na Lagoa Verde. Em 2014, cinco toneladas de peixes morreram no período reprodutivo
A piracema começa neste domingo (1º) e em Lagoa da Prata no mesmo período do ano passado, mais de cinco toneladas de peixes morreram tentando subir e desovar na Lagoa Verde, um berçário onde eles procriam e seguem no curso do Rio São Francisco. Neste ano, para que a situação não se repita, foi construída uma obra que tem sido chamada de “escada de peixes” para facilitar a subida até o berçário.
A mortandade do ano passado afetou espécies típicas da região, como o mandi e curimatam. Além disso, a vida de 282 profissionais que vivem da pesca na cidade também sofreu forte impacto. Segundo o secretário da Colônia de Pescadores, Aloísio Xisto, foi preciso distribuir cestas básicas aos pescadores, que não tiveram pescado para comercializar durante dois meses.
Ele explicou que é proibido pescar na piracema e por isso, os profissionais recebem um salário mínimo durante os meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro. “Depois desses quatro meses entende-se que a piracema acabou e daí eles podem voltar às atividades normais. Contudo, quando retornaram não havia nada de peixe no rio. Tudo isso por conta da mortandade na Lagoa Verde“, destacou Xisto.
O Projeto conta com alta tecnologia e foi construído em um espaço da lagoa que tem 7,5 km de extensão. Os peixes não conseguiam subir para desovar porque não havia água suficiente e nem a escada.”A escada é a solução e o que aconteceu no ano passado não acontecerá novamente. Quanto mais chuva tivermos melhor será o funcionamento desse projeto, mas ele já está preparado para auxiliar o peixe na subida”, disse o secretário da Colônia de Pescadores.
De acordo com o secretário de meio ambiente, os peixes passam pelo Rio Jacaré, que é um dos afluentes do Rio São Francisco, e seguem até o vertedouro, que é a Lagoa Verde, depois de desovarem nesse vertedouro eles seguem para o Rio São Francisco.
Por: Anna Lúcia Silva