Os vereadores foram eleitos em suas escolas e o exercício do mandato se encerrará em 2019
Nove vereadores mirins tomaram posse na Câmara Municipal de Lagoa da Prata na noite de ontem (10). Os vereadores foram eleitos em suas escolas através de uma eleição, que foi realizada após uma campanha com propostas de melhorias para a comunidade e para a própria escola. Segundo a coordenadora do projeto, Raquel Vidal, os vereadores recebem todo apoio para desenvolverem seus trabalhos. “O projeto Câmara Mirim é um projeto semelhante ao trabalho do vereador mesmo, onde eles entram com indicação, requerimentos e anteprojetos. São realizadas reuniões como é feito com os próprios vereadores, e essas indicações depois são enviados para o Executivo em nome dos vereadores da câmara. Tenho o maior prazer de coordenar os meninos, pois mexer com eles é ótimo, a câmara mirim anterior foi excelente. Ensinamos eles desde o início qual é realmente o papel do vereador e depois o assessor jurídico e eu damos palestras para eles sobre o papel deles”.
Para o idealizador do projeto Câmara Mirim e vereador, Adriano Moreira, a ideia central era levar a câmara para dentro das escolas e mostrar sua funcionalidade e importância. “Quando comecei tinha uma preocupação muito grande de levar a câmara para dentro das escolas. Algum tempo atrás, perguntávamos nas escolas o que era o legislativo e ninguém sabia. A Câmara Mirim tem o objetivo de trazer o discernimento sobre o que é ser legislativo e ser vereador . O contexto político no país sugere a formação precoce dos alunos em termos de política para mudar esse cenário vergonhoso. Nós já tivemos vereadores mirins que saíram daqui com formação e caráter diferenciados e com um senso crítico maior”.
Ele ainda destacou alguns projetos de vereadores de outros mandatos. “Então, nosso objetivo foi alcançado, pois os primeiros vereadores mirins já têm até anseio de se candidatarem a vereadores. Tem vereador mirim que tem projeto na área de meio ambiente; um deles solicitou melhoria no calçamento e foi atendido pela prefeitura ; outro pediu um redutor de velocidade na porta da escola e conseguiu; com relação à área da segurança eles estão sempre fazendo requerimentos e a Guarda Civil Municipal já atendeu muitos deles. Então, esses vereadores mirins que estão entrando agora com uma coordenação muito boa, trarão as solicitações das escolas. Eu sou o autor do projeto, mas sem o apoio do vereador e presidente da câmara Edmar Nunes não conseguiríamos ter esse projeto”.
De acordo com o diretor da Escola Estadual Virgínio Perillo, Roberto Wagner, a escola foi a pioneira no projeto, que trouxe uma importância muito grande para o local. “É até difícil mensurar a importância do projeto, pois hoje ainda se tem uma ideia de que tudo que é político é ruim, mas se a política for feita de maneira consciente e em prol de todos, ela realmente tem o seu lado positivo. Vendo um projeto assim, o garoto ou a garota de 12 e 13 começar a se interessar por política, se candidatar na escola e ver todo o processo eleição feito com muita motivação, a gente vê que o Brasil ainda tem solução através de pequenos projetos. Já o terceiro mandato que a escola estará e a gente percebe claramente como que o senso crítico deles na política mudou dentro do ambiente escolar”.
Segundo o vereador e presidente da câmara, Edmar Nunes, todo projeto que é voltado para a criança e adolescente deve ser olhado de maneira diferente pelo Legislativo. “Esse projeto, quando o Adriano me procurou, falei pra ele que todo projeto voltado para a criança e adolescente é importante que a gente dê apoio, pois o futuro de Lagoa da Prata, Minas Gerais e do Brasil está nas mãos de nossos jovens. Esse é um projeto que traz a importância da política para a vida das pessoas, pois nós, seres humanos, temos a mania de criticar sem sabermos o que estamos falando. O jovem politizado passará informações para os seus familiares e para a comunidade escolar e mostrar para eles o quanto é difícil a vida política, mas que temos que ter pessoas honestas para fazer o bem para a sociedade. Então, vemos a importância da pessoa entender de política para que os maus políticos não façam as coisas somente para seus interesses”.
O projeto começou com a Escola Virgínio Perillo, mas foi implementado para que o convite se estendesse para todas as escolas. “Porém, algumas não quiseram participar do projeto devido a sua demanda. Hoje, temos 9 escolas participando, inclusive, a Escola Helena Aparecida e a Apae”.
Vereadores mirins
“Durante o processo de eleição, fomos a todas as salas fazendo uma proposta falando o queria fazer e o motivo pelo qual queríamos ser eleitos. Então, as pessoas votavam de acordo com as propostas que mais gostavam. Eu sempre falei que não tinha muita certeza do que eu poderia fazer, mas o que pudesse fazer para melhorar a vida das pessoas e da minha escola iria fazer; iria procurar saber os problemas da minha cidade para melhorar; iria arrecadar livros para a biblioteca da minha escola; conseguir merenda para a minha escola, pois o governo ainda não depositou a verba para que a compra fosse feita; e fazer tudo de melhor que estivesse ao meu alcance” – Ana Luíza Teixeira Duarte de Oliveira, 11 anos, vereadora mirim empossada, aluna da 5ª série – 6º ano da Escola Estadual Nossa Senhora de Guadalupe
“Eu nem conhecia muito esse projeto, mas achei importante para incluir as crianças e elas saberem a real situação do Brasil e pensarem diferente, pensar em coisas boas para o município e até para o Brasil. Acho que a política já está no sangue da minha família e ela herdou isso, pois entre 19 candidatos foi eleita. Isso é muito importante e acho que ela fará muita coisa para a escola e para a comunidade”. – Mãe de Ana Luíza
“Estou achando ótimo ter sido eleita. Teve uma eleição e fiz uma proposta para ajudar o meu bairro, que é o Chico Miranda, onde estamos precisando muito de lixeiras e limpeza; a minha escola, que está precisando de melhorias. Como vereadora terei a oportunidade de aprender, representar a minha escola, tentar ajudar o meu bairro”. – Helena Mirelly Silva Barbosa, 14 anos, vereadora mirim empossada, aluna do 9º ano da Escola Estadual Monsenhor Alfredo Dohr
“Espero que ela tenha boas ideias e que essas venham a ser aprovadas para ajudar a comunidade. Se ele quiser seguir a carreira política irei aprovar e espero que a população de Lagoa da Prata se agrade do trabalho dela “ – Geraldo Barbosa, pai de Helena