O silêncio dos livros
Ela chegou onde todas as educadoras gostariam de chegar, ou seja, à Mestra. Chegou não por imposição, mas pela competência e atitudes.
Sua equipe foi escolhida pela competência e falar em IMAM significa falar em Dona Zuleica. Ela alcançou a tríplice virtude que todas as mulheres gostariam de possuir, ou seja, simplicidade, capacidade e modéstia.
Ela teve a capacidade de se abaixar para que as outras pessoas se levantassem. Vestia-se com leveza e simplicidade e leveza para não provocar competições. Ela era daquelas mulheres que se colocasse uma bijuteria no pescoço a bijuteria se transformava em ouro.
Será que teremos mais mestras Zuleicas? Somente o tempo irá nos dizer. Agora os livros choram com saudade de outrora e de saudades da mestra! Em uma de suas últimas caminhadas sozinha que conseguiu fazer – eu moro perto de sua casa – quando ela passou em frente à minha casa e eu pedi que ela me aguardasse, fui lá dentro e apanhei o álbum de formatura do meu filho Marcos, ela o folheou atentamente, percebi que seus olhos brilhavam de felicidade.
Agora eu olho para aquele banco em frente sua casa, na casa de sua irmã e ainda consigo vê-la assentada com aquela simplicidade e aquele olhar de mestra que nos acompanhou, tenho certeza, por toda a nossa existência.
Por José Eustáquio de Moraes, escritor, poeta e membro da Acadelp (Academia Lagopratense de Letras)