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Mercado das Rifas em Lagoa da Prata: Economia e Tradição em foco

A jornada de vendedores itinerantes que impulsionam a identidade e a movimentação comercial na cidade mineira

Stefani Couto


Nos confins do interior mineiro, o comércio de rifas se destaca como uma vertente importante da economia regional, e em Lagoa da Prata não é diferente. Essa atividade, centrada nos rifeiros, não apenas movimenta a economia, mas também molda parte da identidade comercial da cidade. A evolução desse mercado ao longo dos anos vem crescendo bastante. Antes baseado em cartelas com brindes variados, o comércio de rifas expandiu-se para produtos do lar, como roupas
de cama e utensílios de cozinha, refletindo uma mudança significativa nas ofertas e nas estratégias de venda desses profissionais.

O mercado das rifas em Lagoa da Prata desempenha um papel significativo na geração de oportunidades de emprego na região. Os rifeiros, protagonistas desse comércio ambulante, não estão sozinhos nessa atividade econômica. Por trás de cada viagem e venda de produtos, há uma cadeia de trabalhadores que encontram oportunidades neste mercado.

Em primeiro lugar, a produção dos itens comercializados nas rifas demanda mão de obra local. Pequenas indústrias e costureiras são responsáveis pela fabricação dos produtos, desde roupas de cama, embalagens, até utensílios domésticos. Essas empresas acabam gerando empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia da cidade. Além disso, a atividade dos rifeiros em si também proporciona empregos. Muitos deles contratam auxiliares para ajudar na organização, venda e transporte dos produtos durante suas viagens pelo país. Isso cria oportunidades de emprego temporárias ou fixas para pessoas da comunidade que desejam se envolver nesse comércio ambulante.

Há também um impacto indireto nos setores de serviços. Com o aumento da movimentação econômica gerada pelas rifas, o comércio local, como restaurantes, postos de gasolina e hospedagens, experimenta um aumento na demanda por serviços, o que pode resultar na contratação de mais funcionários para atender a essa demanda crescente.

Por trás dessa jornada comercial, entretanto, residem desafios importantes. A falta de formalização do emprego para os rifeiros tem sido uma questão persistente. Essa ausência de regularização implica na privação de direitos trabalhistas, um obstáculo enfrentado por aqueles que desempenham um papel importante na economia da região.

Além das oportunidades diretas de emprego e da cadeia de produção local, o mercado das rifas em Lagoa da Prata também impacta no desenvolvimento de habilidades empreendedoras e na promoção da autonomia financeira. Muitos rifeiros atuam como empreendedores independentes, gerenciando seus próprios negócios e tomando decisões estratégicas para maximizar suas vendas.

Ao se envolverem nesse comércio itinerante, os rifeiros desenvolvem habilidades valiosas, como negociação, gestão de estoque, atendimento ao cliente e planejamento logístico. Essas habilidades não apenas beneficiam os próprios rifeiros em suas atividades comerciais, mas também podem se traduzir em oportunidades de emprego em outros setores, contribuindo para a formação de uma mão de obra local mais qualificada.

Além disso, o mercado das rifas cria uma dinâmica econômica que pode estimular a inovação e a diversificação de produtos. A demanda por novidades e produtos de qualidade impulsiona os fabricantes locais a aprimorar suas ofertas, criando um ciclo positivo de desenvolvimento econômico e criatividade.

Essa atividade comercial não apenas gera oportunidades de emprego, mas também promove uma cultura empreendedora que é vital para o crescimento sustentável da comunidade. Ao fornecer uma plataforma para o desenvolvimento de habilidades e a criação de empregos, o mercado das rifas contribui para a resiliência econômica de Lagoa da Prata e fortalece os laços comunitários ao longo do tempo.

A fim de valorizar ainda mais a profissão e dar destaque merecido aos viajantes, Lagoa da Prata celebra a “Festa do Rifeiro”. Este evento reúne esses trabalhadores que retornam para casa, não apenas para desfrutar das festividades ao lado de suas famílias, mas também para celebrar uma data especialmente dedicada a eles. Com apresentações musicais, a presença calorosa não apenas dos habitantes locais, mas também de toda a região, esta festividade se torna essencial para reconhecer a contribuição vital desses indivíduos para a economia e cultura da área. É um momento que evidencia a importância não apenas do transporte de produtos, mas também da preservação das tradições e identidade ligadas a essa atividade. Pela segunda vez consecutiva, a “Festa do Rifeiro” iluminará a cidade nos dias 25 e 26 de dezembro, a partir das 20h, oferecendo atrações especiais. Entre elas, apresentações de Thiago e Diego, Rick Rezende, Pagodinho do Jerê e a aguardada atração principal: Raça Negra.

À medida que Lagoa da Prata avança em direção ao futuro, é fundamental reconhecer e apoiar os rifeiros, pilares dessa prática comercial enraizada na história e na essência da cidade. Eles não são apenas vendedores itinerantes, mas os mantenedores de uma tradição que percorre as estradas do Brasil, preservando a cultura local em cada venda e em cada deslocamento.

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