Na última sexta-feira (24/10) uma menina de onze anos foi raptada por um grupo de ciganos em um posto de gasolina na cidade de Lagoa da Prata. Procurado pela redação do Jornal Cidade, o delegado Leonardo Mota esclarece como realmente aconteceram os fatos. “A Polícia está investigando para ver se esta versão que a avó conta procede. A menina não é de Lagoa da Prata, ela apenas estava passando na cidade e foi abordada em um posto de gasolina. As versões estão distorcidas, por isso faremos investigações. Estamos apurando, mas para a conclusão do inquérito será da delegada do município de Bambuí . Ainda não podemos passar nenhuma informação completa”, destacou.
A primeira versão que a avó conta é de que ela estava em um posto de gasolina na cidade de Bambuí quando foi abordada por um homem oferecendo estadia a ela e aos três netos. Após a abordagem, que ocorreu no sábado, ela teria aceitado, e já no domingo teria sido ameaçada com um revólver para que entregasse a neta. A avó ainda disse que o homem havia pego a menina para que ela se casasse com um homem de vinte anos.
Já na segunda versão da avó, ela e a menina estariam em um posto de gasolina em Lagoa da Prata quando foram surpreendidas por três homens pedindo que entregasse a menina. Após pegar a menina, os raptores fugiram sentido Bambuí.
De acordo com o delegado, a história é muito complexa e está sendo investigada. “Até onde sabemos este ciganos são de Araxá e a família da criança é de Bambuí… a história é muito mais complexa. O caso está sendo investigado pela polícia de Bambuí e acreditamos que essa história nem seja verdade, mas até que se prove o contrário ela prevalece. Outra pessoa não foi ouvida, portanto, temos apenas o depoimento dela, porém, já recebemos informações de que a banda não toca só desse lado não. Não é só isso não! Se ela tiver algum envolvimento mesmo ela inventará uma história mesmo”, destacou.
[pull_quote_left]Tudo dependerá e a delegada irá respeitar a cultura ou não. Eu consideraria sim como pedofilia, neste sentido eu não respeitaria o credo. Poderíamos também entender como estupro de vulnerável (se tiver qualquer conotação sexual) e cárcere privado. Não podemos falar em sequestro porque eles não pediram vantagem econômica. [/pull_quote_left]
Perguntado se o acontecimento pode ser considerado como um crime de pedofilia, pelo fato da criança ter sido raptada para se casar com um homem de vinte anos o delegado explicou que isso dependerá da delegada da cidade de Bambuí. “Tudo dependerá se a delegada irá respeitar a cultura cigana ou não. Eu consideraria sim, como pedofilia. Neste sentido eu não respeitaria o credo. Poderíamos também entender como estupro de vulnerável (se tiver qualquer conotação sexual) e cárcere privado. Não podemos falar em sequestro porque eles não pediram vantagem econômica. Se a menina relatar qualquer abuso de cunho sexual, eu enquadraria como pedofilia com toda a certeza”, afirmou.
[pull_quote_right]Se este casamento já tiver sido consumado…isso dará um problemão para os responsáveis[/pull_quote_right]
O Delegado ainda frisou que até o momento a menina não foi encontrada e ainda não se sabe se o casamento de fato aconteceu. “Se este casamento já tiver sido consumado…isso dará um problemão para os responsáveis”, frisou.