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Japaraibana vence síndrome do pânico e se destaca no esporte

Quando tinha oito anos, Isadora Oliveira passou por um momento que foi um divisor de águas na vida dela. Sensações de que morreria. Ansiedade. Medo. Pavor de estar entre pessoas: a síndrome do pânico, desenvolvida após ser agredida na escola por uma funcionária, deixou marcas no braço e no psicológico. Na busca por solução, entre especialistas, remédios controlados e até um neurologista, a adolescente de Japaraíba achou o caminho no esporte. Basquete? Vôlei? Futebol? Não, o Enduro sobre uma moto. A justificativa de passar por todos os problemas e encarar o “remédio” sobre duas rodas a adolescente de 14 anos tem na ponta da língua: “sou corajosa”.

A moto de trilha, no entanto, demorou a aparecer no caminho de Isadora. O medo causado pela forma hostil como foi tratada, longe de resolver qualquer que tenha sido o problema, deixou um trauma na menina que durou muito tempo. “Eu tinha oito anos quando uma funcionária me arrastou na escola. Deixou até marcas no meu braço. Por causa disso desenvolvi a Síndrome do Pânico: eu não saía de casa, escondia de todos e chorava muito. Eu tinha medo de lugares fechados, de multidões e pensava que iam me matar, ou que eu ia morrer. Por causa do medo, até duas crises convulsivas eu tive. Foi horrível”, lembrou.

12360186_522136744612424_5164263954864613445_nDevido aos ataques de medo, Isadora não conseguiu ir à escola. Ficou afastada por três anos. Frequência mesmo, só nos consultórios de psiquiatras e psicólogos. Neste período tomou remédios controlados e também precisou se consultar com um neurologista devido às crises convulsivas. Mas, mesmo com todos os métodos, nada funcionava. Em meio a todos os problemas que a enfraquecia havia algo em que ela se sentia bem. Desde a infância, Isadora era apaixonada por motos e gostava de ver o pai e o irmão nas trilhas. “Eles sempre andaram de motos de trilha e eu adorava acompanhá-los. Aos 10 anos eu aprendi a andar e foi a moto que me reanimou: consegui controlar o medo aos poucos. Apesar de ser um esporte, que para mim nunca foi adequado, foi praticando que eu me senti feliz, liberta de todos os problemas e medos. Aos 11 anos consegui voltar para a escola. Foi uma grande conquista”, disse.

Se teve coragem de subir na moto, por que não competir? A adolescente participou de vários trilhões, entre eles um com mais de 350 homens, sendo ela, a única 12512586_529012770591488_3959988333978251374_nmulher. Ela também faz parte do Enduro Fim desde março, e participou de duas das três etapas da Copa O2BH. Na estante, dois troféus. Um deles do vice-campeonato na segunda etapa da competição. Agora, ela treina para a disputa da terceira etapa, dia 30 de julho. Antes, porém, ela participa da Copa EFX, neste domingo, em Três Corações onde competirá com as melhores do Brasil na categoria. “Eu tenho treinado muito, todos os dias, até aos sábados e domingos. Realizo treinos de resistência e força física, que auxiliam durante a competição. Estou me preparando muito, porque sei do nível das competidoras. Vou correr com as melhores do Brasil, mas estou segura. Sei da minha capacidade e acredito que posso vencer”, afirmou.

Por: Globo Esporte

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