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Vinte e sete de abril, mais um livro! | Artigo

Neste 27 de abril de 2018, comemoramos 66 anos com o lançamento da obra infantil “A tartaruga Georgina”, nosso 21º título (5º livro infantil). O evento será no “ZAP BAR DELIVERY”, em Santo Antônio do Monte, onde a partir da 19h30min receberemos amigos e leitores que nos acompanham há mais de quatro décadas.

Vivemos período difícil no Brasil, marcado por grave deterioração cultural, ao ponto de a ignorância se nos apresentar como predicado a ser reverenciado e apresentado publicamente sem qualquer pudor ou enrubescimento facial. É tempo de absoluta falta de vergonha na cara!

Escrever e publicar livros de maneira independente é ato elevado ao grau de decisão revolucionária, uma vez que a indústria do entretenimento construiu a ideia de que a cultura literária e a boa música (capazes de conduzir a mente humana à reflexão) são apelos enfadonhos e verdadeiras pedras no caminho das chamadas horas de lazer. Ou seja, a filosofia do total alheamento é vendida como remédio eficaz para a felicidade alicerçada na completa fuga da realidade.

A situação criada pelo obscurantismo semeado tão fartamente em todos os meios e segmentos culturais leva os que buscam produção intelectual de melhor nível a se alimentar de pequenos núcleos de pessoas que ainda cultivam palavras e sons mais bem trabalhados. Muitos cantores, compositores, escritores e poetas embrenharam-se nas hostes da produção cultural independente, com cada um criando e sobrevivendo do apoio de pequenas, mas fiéis plateias.

Ao bem da verdade, é bom esclarecermos que o atual panorama não nos moveu qualquer surpresa, pois optamos pela literatura e poesia independentes desde o início (1977), como forma tanto de termos controle sobre nossa produção quanto por termos em mente a noção do percurso diferente – e diferenciado – a ser percorrido por quem se aplica ao exercício da arte da palavra escrita em país de tão poucos leitores, como é o caso do Brasil. Explicitamente, está exposto no horizonte que, se a meta é fama e dinheiro, a literatura e a poesia não são afazeres a ser abraçados por ninguém.

São tantas as dificuldades de trazer a lume a impressão de um livro que foram criadas variantes no meio cultural. É comum nos dias de hoje a pessoa se nos apresentar como poeta ou escritor, apesar de não ter obra publicada – fenômeno que passou a exigência e coisa de autor. Muitas vezes, em premiações destinadas a homenagear intelectual envolvido com o segmento da palavra, contamos com a presença de escasso número de autores, que são aqueles que, fazendo das tripas coração, alçam o seu dom aos píncaros de uma luz divina acima da razão humana – sinônimo de entrega e desprendimento material. Uma magia especial que lhes possibilita a ousadia da edição de livros em ambiente cultural tão inóspito.

Indagado sobre quem era o seu patrocinador, o companheiro de idealismo Luiz Cláudio de Paulo, poeta de sensibilidade e compromisso com a poesia, respondeu: “É Deus!” Esta expressão traduz bem o sentimento de quem consegue a façanha de tornar tangível a impressão de obra literária, que indubitavelmente é grande e inefável milagre – algo que parece vir do nada, mas que nos alimenta ao feitio do indispensável ar  que respiramos!


Carlos Lúcio Gontijo

Poeta, escritor e jornalista

www.carlosluciogontijo.jor.br

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