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Vereadores de Lagoa da Prata debatem projeto para liberar pesca e jetski na Praia Municipal

Interessados na prática de jetski na Praia marcaram presença na reunião; Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, ambientalistas e moradores do entorno da lagoa pedem estudo de impacto ambiental.

Reportagem: Alan Russel

Na última quinta-feira (26), a Câmara de Vereadores de Lagoa da Prata recebeu representantes de diversos setores da sociedade civil para debater um projeto de lei enviado pelo prefeito Paulo Teodoro. O projeto em questão tem a intenção de alterar a lei orgânica do município, permitindo a pesca e o uso de jetski na lagoa da Praia Municipal. A reunião foi iniciativa dos vereadores Cida Marcelino, Quelli Cássia e Joanes Bosco; que coordenaram a roda de conversas. Os demais vereadores, assim como a presidente da casa, não compareceram à reunião.

A justificativa do gestor municipal ao apresentar o projeto de lei, aponta que a liberação da pesca e do uso dos jetski irão fomentar o turismo na cidade, uma vez que a Praia Municipal poderá receber mais eventos esportivos e de lazer. O documento apresentado pelo executivo, salienta ainda que o uso da lagoa pelos interessados na prática do jetski não trará nenhum prejuízo ao meio ambiente e aos demais usuários da praia.

Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental rebatem justificativa do prefeito

O tenente do Corpo de Bombeiros da cidade de Formiga, Matheus Cunha, esteve presente na reunião e esclareceu aspectos relacionados à segurança no possível tráfego de motos aquáticas na lagoa da Praia. De acordo com o tenente, não existe ‘risco zero’ e é necessário um estudo específico para calcular os possíveis impactos ambientais. “Quando o Corpo de Bombeiros trata de gestão de risco, não existe risco zero. No caso específico da Praia Municipal, é um local liberado para o uso de banhistas. Se porventura venha ser autorizado o uso de jetski, teremos mais possibilidades de ocorrer um evento adverso com o condutor da moto aquática cair, além do risco de atropelamento de algum banhista”, explicou o tenente.

O sargento Leonardo da Polícia Ambiental também esteve presente na reunião e salientou que o projeto de lei trata de duas atividades distintas. Com relação a pesca, o sargento Leonardo se mostrou favorável à liberação. Quanto à liberação do uso de jetski, o policial ambiental explicou que deve haver um estudo de impacto ambiental.

“Pelo que acompanhamos, a quantidade de peixes na lagoa está descontrolada. Os pescadores nos dizem que é o prazo de jogar a isca na lagoa que os peixes já fisgam. Às vezes seja até interessante liberar a pesca para haver melhor controle e prevenir ataques de predadores à banhistas. No que tange a liberação das embarcações para pesca já não é tão interessante, a fiscalização seria muito mais trabalhosa e minuciosa. Além disso, seria necessário também, um controle bem feito da quantidade de embarcações permitida dentro da lagoa. Sendo assim, eu, particularmente, sou favorável a liberação da pesca em barrancos, porém, a liberação de embarcações iria complicar muito”.

O sargento ainda complementou, falando sobre a liberação do uso de jetski. “Agora, com relação a liberação do uso de jetski, foi realizado algum estudo de impacto ambiental? Nós da Polícia Ambiental trabalhamos com motores de 5, 10, 15 cavalos e sabemos que existe uma certa poluição da água com o uso desses motores. Além do quê, a saída de água da lagoa da Praia é muito pequena e a entrada de água ocorre apenas no período chuvoso. A água que entra não é água limpa, uma vez que é água pluvial que vem de diversos bairros ao entorno da lagoa. A primeira coisa que deve ser feita é um estudo de impacto ambiental para calcular os danos que podem ser causados pelo uso dos jetskis” concluiu.

(Foto: G1 Centro-Oeste MG).

Ambientalistas e moradores do entorno da Praia Municipal também são contra o projeto de lei

Além de vereadores, Bombeiros e Polícia Ambiental, representantes de associações ambientais e moradores do entorno da lagoa estiveram presentes na reunião e se colocaram contra a iniciativa do projeto. Ambientalistas alegam que com a força dos jatos de água das motos aquáticas, muitos ninhos de ovos de peixes poderiam ser atingidos, além da fauna aquática da lagoa que poderia ser danificada.

Interessados no uso de jetski ainda não fizeram estudo de impacto ambiental na Praia

Interessados no uso de jetski na Praia também estiveram presentes na reunião e tentaram justificar o projeto que altera a lei orgânica do município. Porém, quando indagados se realizaram algum estudo de impacto ambiental na lagoa, eles alegaram que o custo para realização é alto e que ainda não tiveram condições de fazê-lo.

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo alega não ter recebido convite para reunião

O secretário de Cultura e Turismo de Lagoa da Prata, Antônio Cláudio, conhecido como Tatau, disse que a pasta não recebeu nenhum convite referente a esta reunião. Em contato com a reportagem do Jornal Cidade, o secretário informou que tomou conhecimento do projeto de lei enviado à Câmara mas ainda não está a par dos detalhes. “Sou a favor de que a Praia receba investimentos e se modernize para benefício de todos, seja em obras de infraestrutura, desportivas e até de recreação. Sou a favor da pesca esportiva, pedalinhos, parquinhos infantis, equipamentos de ginástica, mais opções de quadras e campos de areia e até, quem sabe, uso de jetski. Tudo isso, com certeza, fará nossa Praia mais atrativa turisticamente. Mas creio que no momento, o primeiro passo, é aguardar a decisão da legislação, no que tange ao estudo de impacto ambiental no local”, finalizou Tatau.

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