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Tragédia em Santa Maria começou com o uso incorreto de fogos

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE EXPLOSIVOS DE MINAS GERAIS – SINDIEMG GARANTE QUE HÁ PRODUTOS SEGUROS PARA USO EM LOCAIS FECHADOS

Revista Ágora – Como acontece em todos os acidentes onde há fogos de artifícios envolvidos, os olhares da mídia nacional se voltam para Santo Antônio do Monte e outras cidades onde predomina a indústria pirotécnica. Para esclarecer as varias especulações sobre o assunto, o Sindicato das Indústrias de Explosivos de Minas Gerais em Santo Antônio do Monte e Região – SINDIEMG realizou na última quarta-feira, 30 de janeiro, algumas demonstrações que comprovam a segurança dos fogos Indoor. O objetivo foi apresentar à opinião pública que este tipo de produto, quando usado de forma adequada, não oferece riscos de queimaduras e nem provoca incêndios.

Representantes de várias fábricas que trabalham com o produto relacionado estavam presentes e mostraram, inclusive, a certificação do produto homologada pelo Exército Brasileiro. Não são todas industrias que trabalham com fogos Indoor ou com o Sputinik (sinalizador). O representante do SINDIEMG, Américo Libério da Silva, acompanhado pelo engenheiro químico José Expedito do Amaral Junior, esclareceram sobre as características dos dois produtos.

No teste, primeiro foi utilizado o produto indor. Para comprovar que o produto Indoor não pega fogo, foi utilizado na demostração pedaços de espuma semelhante ao que recobre as boates e casas noturnas para o isolamento de ruídos. Eles também foram posicionados a uma altura de aproximadamente 1,20 cm, para que as fagulhas do produto em questão atinge o ápice de concentração. O artefato pode ser detonado por dois tipos de ignição: por detonador (elétrico) ou manual (estopim). Trata-se de um produto pirotécnico de venda liberada, sem restrições. Com duração de apenas oito segundos ele não apresenta fumaça, apenas um cheiro forte, que de acordo com o engenheiro químico, é provocado pelo Perclorato de Amônio. Detonado, Américo coloca a mão sobre o ponto máximo das fagulhas, sem sofrer qualquer tipo de queimaduras. A espuma permanece intacta.

O Sputinik, como é recomendado, foi testado numa área externa.  Sua forma com base de papelão o faz  semelhante ao satélite soviético, por isso este nome. Em outros locais do Brasil ele também é utilizado  de forma adaptada num bastão como se fosse um sinalizador marítimo, denso conhecido nessas regiões por Sinalizador.  Os fabricantes não recomendam este esta utilização  na forma ideal o Sputinik deve ser detonado no chão. Na caixa do produto, inclusive, isso fica bem claro: “uso externo e desaconselhável para menores de 12 anos. A ignição pode ser manual ou elétrica, desde que seja em local aberto”.

O Sputinik dura em média 15 segundos e as centelhas são quentes, atingindo até 3 metros de altura. Por isso, deve ser usado somente em locais abertos. Na demonstração, a espuma colocada numa altura aproximada de 1,60 cm pegou fogo aos 5 segundos e ficou completamente destruída aproximadamente 20.

Conclusão

Com esta demonstração, o SINDIEMG e os fabricantes enfatizam que na Boate Kiss, a tragédia foi provocada por uma série de erros. O primeiro deles foi a utilização de fogos para locais abertos num recinto fechado. Outro erro, baseado em depoimentos de testemunhas, foi  o uso do Sputinik num bastão ou garrafa e não apoiado no piso. Ainda de acordo com testemunhas, isto fez com que as centelhas atingissem o teto com isolamento acústico da boate.

Em seguida, outras inadequações contribuíram para o desencadear do trágico acidente. O sindicato esclareceu ainda que a venda do Sputinik e a utilização do mesmo é individual e que através da ignição manual, não é exigida a presença de um técnico blaster (especialista em espetáculos pirotécnicos). Porém, quando se trata da montagem em espaço aberto em eventos com a presença de público (como por exemplo, abertura de rodeios e exposições) é essencial que a montagem seja feita por um profissional.

Outro agravante que merece destaque é que, na visão leiga do consumidor existe uma semelhança muito grande entre os efeitos dos dois produtos. Isso interfere decisivamente quando o cliente irresponsável compara a diferença de preço. O material Indoor custar até 30 vezes mais caro do que o Sputinik  e esse é um dos principais fatores que levam os organizadores de eventos optarem pelo produto mais barato, porém, inadequado. Assim, o que deveria ser uma economia pode acabar de forma trágica como aconteceu em Santa Maria.

Fonte: Revista Ágora

Fotos: Ademar Oliveira/Gazeta Montense

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