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“Tem casa que pedimos água e as pessoas negam”, lamenta gari

Além de lidar com os perigos típicos da profissão, os garis enfrentam problemas devido à falta de consciência e até preconceito por parte da população.

Separar o lixo doméstico corretamente e, principalmente, depositá-lo em locais adequados são atitudes que demandam algumas mudanças de postura. Cuidados adequados com os resíduos envolvem consciência ambiental e previnem doenças, enchentes e possíveis prejuízos à saúde dos coletores e dos moradores. Em Lagoa da Prata os agentes de limpeza urbana estão enfrentando várias adversidades, como a forma que a população descarta o lixo e até preconceito.

“Nossa equipe lida com situações facilmente evitáveis. Encontramos sacos rasgados por excesso de peso ou com resíduos perfurantes e cortantes sem o devido acondicionamento, materiais que não são de responsabilidade do caminhão de coleta domiciliar”, afirma Fábio Pereira, chefe do setor de Limpeza Pública.

Um dos maiores problemas resultantes do mau acondicionamento do lixo domiciliar é o risco à saúde dos coletores. “Os acidentes acontecem, em sua maioria, pelo modo que a população descarta o lixo. No caso de vidros e objetos perfurantes é muito importante embalar em jornal, colocar em uma caixeta e escrever ‘vidro’, se possível”, acrescentou Pereira.

Segundo Natanael Martins, um dos técnicos de segurança da equipe, as orientações que são repassadas para os coletores são essências para o baixo índice de acidentes graves. “O trabalhadores da limpeza lidam com diversos riscos. Atropelamentos, acidentes decorrentes do mau acondicionamento do lixo, a radiação solar. Por isso a cobramos o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI’s). Mas o mais importante são as orientações quanto ao uso dos (EPI’s) e uma maneira de recolher o lixo com mais segurança”, salientou.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil descarta a cada dia 230 mil toneladas de detritos – e mais da metade disso corresponde a lixo doméstico. Em Lagoa da Prata, os 20 coletores que trabalham no caminhão compactador recolhem mais de 35 toneladas de resíduos diariamente. “O caminhão compactador é para recolher lixo doméstico. A coleta é feita três vezes por semana em todos os bairros e diariamente no centro. Para lixos como entulho e galhos de árvores, temos outro caminhão que precisa ser acionado por meio do telefone. Os recicláveis são recolhidos pela Ascalp”, frisou Pereira.

É preciso atenção e cuidado ao descartar materiais, que são chamados resíduos sólidos especiais, como lâmpadas fluorescentes, pilhas, pneus, baterias, resíduos hospitalares e materiais tóxicos, radioativos e explosivos em geral. Estes, não podem ser colocados junto ao lixo domiciliar. “Resíduos sólidos especiais não devem ser colocados junto com o lixo domiciliar comum. Esses materiais são altamente poluentes e causam um sério risco ao meio ambiente e à saúde do homem. Devem ser descartamos separadamente e em local apropriado”, afirmou.

PRECONCEITO

Uma gari usou as redes sociais para falar das dificuldades enfrentadas no trabalho. “O caminhão é para coleta de lixo domiciliar, mas o povo coloca pedra, entulho, e outras coisas. Semana passada estava trabalhando e me deparei com uma caixa. Dentro dela havia cinco gatinhos vivos no meio do lixo. Coloquei a caixa de lado e joguei só o lixo no caminhão. Fora as humilhações que sofremos. Tem casa que pedimos água e as pessoas negam, por nojo, só porque estamos sujos de lixo”, desabafou a gari.

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