A Secretaria Municipal de Cultura de Santo Antônio do Monte realizou entre os dias 19 e 21 de junho a segunda festa da estação ferroviária, em comemoração aos 99 anos do imóvel. O evento teve diversas apresentações artísticas e a entrega de instrumentos para a Banda Lira Monsenhor Otaviano.
O prédio da estação foi construído em 20 de junho de 1915. O secretário municipal de Cultura, Carlos Lúcio Gontijo, comentou sobre a importância da preservação do patrimônio histórico. “A Festa da Estação Ferroviária foi a prova de que a verdadeira preservação de casarões e da história se faz com a efetiva participação do povo, que com sua alegria e calor humano a transforma em memória coletiva, em vez de simples monumento de canto de rua ou mero retrato na parede”, disse o secretário.
Na quinta 19, a Companhia de Dança Black Styler abriu o evento. Em seguida aconteceu a apresentação da dupla Meiron e Marlon. Na sexta, a secretaria realizou uma homenagem às famílias dos ferroviários. Na sequência, se apresentaram Rick e Zezé. No encerramento, dia 21, as atrações ficaram por conta do grupo de dança Quebraê, Grupo Musical Hipertensão, Beúca e Amigos – com Marlon e Meiron Borges.
Ferroviário
O aposentado José Osvaldo Guimarães (83), morador do bairro Bela Vista, trabalhou durante 31 anos na ferrovia e lembrou as dificuldades da época. “Eu sofri muito na estrada de ferro. Fazia ronda noturna debaixo de chuva. Naquele tempo a gente andava muito com viandante (andarilho), né? Aqueles viandantes barbudo, com aqueles ‘facão’ na cintura, e tinha que ir lá no fim do ponto a quatro quilômetros, ir e voltar pra trocar a chapa. Tinha que esperar o noturno. Vinha e buzinava. Aí a gente vinha embora pra casa, era um sofrimento doido, trabalhávamos demais”, lembra Guimarães.
Lembranças
[quote_box_center]”Meu pai é ferroviário, meu avô foi ferroviário, tenho dois tios ferroviários e meu irmão foi ferroviário. Eu nasci e fui criada na beira da linha de ferro, próximo à chácara dos Brandão. Então eu convivi a vida toda com ferroviário e presenciei o amor, o carinho e a dedicação que cada um teve para cumprir a sua missão. Eu venho de uma família numerosa e a gente vinha de madrugada à estação pegar o noturno para ir visitar os avós em Itaúna. Era uma viagem longa, com muitas malas, muitas crianças – porque meu pai tinha muitos filhos –, levávamos matula e era muito divertido. Quero parabenizar a todos que, de uma maneira ou de outra, estão envolvidos nessa ideia maravilhosa que se tornou realidade. Valorizar e lembrar as pessoas que trabalharam nas firmas e se doaram para a grandeza de suas empresas é muito gratificante”, destaca Dulce Guimarães.[/quote_box_center]
Fotos: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Santo Antônio do Monte.