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Sair do “modo automático” é essencial ao processo de mudança comportamental

Autora: Luciene Morais Batista – CRP 04-37799 Psicóloga Clínica – Especializada em Terapia Comportamental e Cognitiva pela PUC Minas Consultório: Rua Professor Jacinto Ribeiro nº 32, Centro, Lagoa da Prata – MG Fones (37) 9 9869-9964 (Vivo) ou 9 9142-4349 (Tim) Credenciada para Atendimentos Online pelo site www.psicoharmonia.com.br

A energia elétrica de sua casa acaba e mesmo assim você se pega tentando acender a lâmpada da sala. Isso já aconteceu com você? Acender uma lâmpada é um comportamento aprendido em experiências anteriores, no seguinte esquema: você está no escuro, pressiona o apagador e a luz acende. Apesar de se tratar de comportamento voluntário em que a pessoa escolhe entre realizá-lo ou não, pode acabar ocorrendo de forma automatizada devido as inúmeras vezes em que foi repetido e reforçado. Mas a situação agora é diferente, apesar de estar escuro existe a ausência da energia elétrica e é sabido que neste caso não se justifica o comportamento de tentar acender a lâmpada, já que ela não acenderá. Todavia, mesmo diante de uma nova situação, é possível que algumas pessoas tentem por repetidas vezes acender a lâmpada, ao invés de variar o comportamento, procurando uma vela ou uma lanterna para conseguir iluminar.

Relatei a experiência acima para ilustrar o quanto nós automatizamos alguns comportamentos e continuamos a repeti-los mesmo diante de circunstâncias diferentes. A capacidade de realizar comportamentos de forma automatizada auxilia na capacidade de aprendizagem e não é algo ruim. Enquanto aprende a dirigir, o motorista precisa ficar atento a diversos estímulos de uma só vez, aqueles relacionados ao trânsito e também à sua habilidade de governar o automóvel.Com o passar do tempo, o comportamento de guiar o carro se automatiza e ele pode atentar-se somente aos estímulos do trânsito.O problema surge quando automatizamos comportamentos que nos fazem mal e não nos possibilitam seguir na direção dos nossos objetivos.

Diante de uma situação de extremo estresse, uma adolescente pode desenvolver o comportamento de comer em excesso, encontrando na comida um alívio momentâneo para sua dor. Ao tornar-se adulta, é possível que ela continue a comer em excesso diante de situações estressantes, tendo como consequência, além do alívio do estresse, problemas de saúde relacionados ao excesso de peso e uma insatisfação quanto a parte estética.

Um comportamento desenvolvido por nós em determinada época de nossa história pode ter sido útil naquela ocasião, mas estar nos trazendo prejuízos no momento atual. Comer em excesso pode ter sido útil e ter funcionado para lidar com o estresse na adolescência, mas não estar funcionando satisfatoriamente no momento atual, pois gera novos problemas. Neste caso, torna-se necessário variar o comportamento, ou seja, desenvolver outra forma de lidar com situações estressantes que não seja o comer em excesso.

Cabe lembrar que comportamentos automatizados acontecem justamente quando entramos no “modo automático” e agimos sem nos atentarmos para o momento presente. Exatamente por isso, um dos pilares da Terapia de Aceitação e Compromisso é o foco no momento presente. Se você quer modificar um comportamento automatizado que tem lhe feito mal, precisa primeiro acolher e compreender a origem de tais comportamentos. Em seguida precisará focar no momento presente, distinguindo a quais necessidades sua este comportamento tem atendido. Será necessário ainda desenvolver novas maneiras para lidar com as suas demandas atuais.

Em geral, ainda que lhe tragam sofrimento, comportamentos automatizados acontecem na tentativa de lhe ajudar com algo com o qual você não está encontrando outra maneira de lidar, senão repetir aquele comportamento. A melhor parte, é que esses comportamentos vão sendo naturalmente extinguidos na medida em que novos comportamentos, mais funcionais, entram em seu lugar, acontecendo uma espécie de substituição. Todavia, a construção destes novos repertórios é algo desafiador, podendo ser por vezes doloroso, o que acaba fazendo com que muitas pessoas desistam e voltem para o repertório anterior de repetição.

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