fbpx
jc1140x200

“Quem vai doar o lote?”

Vereadores reclamam que colega estaria fazendo campanha
pessoal com vantagens de seu cargo na prefeitura

Na reunião da Câmara de Lagoa da Prata realizada no dia 4 de maio, durante a discussão de um projeto de lei que autoriza o município a doar um lote a uma família carente, o vereador Adriano Moreira foi o pivô de uma extensa discussão. Tudo começou com a visita que as vereadoras Quelli Couto e Cida Marcelina fizeram à mulher que iria receber o terreno. “Ela me disse que estava toda confusa em relação a quem faria a doação. Perguntou-me se era o vereador Adriano Moreira, o prefeito ou se era eu. Não estamos discutindo a função que o vereador exerce na prefeitura e muito menos o trabalho que ele faz. O que não pode é alguém chegar à porta dessas pessoas e fazer a sua politicagem”, disparou Couto. Todos os vereadores fizeram uso da palavra. Alguns insinuaram que o vereador estaria
fazendo política pessoal por meio do cargo em que exerce como assistente social na prefeitura. Adriano Moreira é funcionário concursado, atua no Centro de Referência de Assistência Social, no bairro Gomes, e também foi designado para fazer a sindicância e os relatórios das famílias atendidas pelo setor de habitação. “Eu fui cedido para o setor de habitação na parte da manhã. Recebo três horas extras para fazer estas visitas e os relatórios. O assistente social, quando está numa função igual às assistentes sociais de saúde, pode
trabalhar em um setor cedido fora do horário dele”, argumentou o vereador Adriano Moreira.

[pull_quote_right]Se precisa fazer três horas extras por dia, que se contrate outro profissional. Qual funcionário da prefeitura não gostaria de aumentar o seu salário trabalhando três horas extras por dia?[/pull_quote_right]

A defesa do vereador motivou outra discussão. O vereador Adriano Moraes questionou: “Se precisa fazer três horas extras por dia, que se contrate outro profissional. Qual funcionário da prefeitura não gostaria de aumentar o seu salário trabalhando três horas extras por dia?”, questionou.

O OUTRO LADO

A secretária de Assistência Social Cali Silva explicou que o município possui cinco assistentes sociais em seu quadro de servidores, sendo que duas moram em outra cidade e estão impossibilitadas de fazer o serviço no setor de habitação, e outras duas estão licenciadas.

O vereador Adriano Moreira é concursado na prefeitura desde 1992 e ocupa o cargo de assistente social como funcionário efetivo
desde 2011. Como os demais colegas de profissão a serviço do município, tem a carga horária de trinta horas semanais, com salário líquido de R$ 2.002,00. No mês de abril, ele fez 49 horas extras, recebendo um adicional de 50% sobre cada hora. “Esclareço que o número de horas extras varia de acordo com a necessidade de atendimento dos serviços, ressaltando a demanda e falta de assistentes sociais. Todos os assistentes sociais cumprem carga horária extra”, explicou a secretária de Assistência Social Cali Silva.

Adriano Moreira também se pronunciou através de e-mail enviado ao Jornal Cidade. “Faço meu trabalho dentro da legalidade e de acordo com a necessidade do serviço. Ao contrário de muitos agentes políticos que nunca trabalharam, exerço minha profissão com muito amor e ética. Hoje atuo no CRAS Gomes, de 12h às 18h, e tendo a necessidade e demanda, atuo de acordo com a necessidade da Secretaria de Assistência Social, de acordo com a lei e compatível com o cargo que exerço, ao contrário de alguns agentes políticos
que deixam de fiscalizar para dar milho aos pombos. Quero deixar claro também que o único profissional capaz de realizar estudo, relatório e visitas sociais é o Assistente Social. Se algum político
quiser exercer este trabalho, que vá para a faculdade primeiro”, disse Moreira.

jc1140x200
Abrir o WhatsApp
Como podemos ajudar?
Olá, como podemos ajudar?