Professor Di-Gianne recebe o prêmio Educador Nota 10
O projeto foi realizado com os recuperandos da Apac de Lagoa da Prata
O professor Di-Gianne Nunes, através da Escola Estadual Alfredo Dohr, no bairro Chico Miranda, recebeu o prêmio educador nota 10 na noite de ontem (30), em São Paulo. Na cerimônia de premiação, que foi presidida pela jornalista Sandra Annenberg, também foi eleito o melhor educador do Brasil. Estiveram presentes diversas autoridades como os Secretários do Ministério da Educação e a embaixadora da educação do Quênia.
O prêmio foi disputado por mais de cinco mil profissionais de todo o Brasil e foram selecionados dez trabalhos, dentre os quais o inscrito pelo professor lagopratense, com o tema “Regime Fechado, Visão Aberta”, que foi o único selecionado em Minas Gerais.
Entusiasmado com a premiação, o professor falou sobre a experiência. “Essa foi a semana que mais aprendemos do que curtimos. Fomos muito bem recebidos na rede Globo, pela Sandra Annnenberg, que é madrinha e voluntária da premiação, e faz por amor à educação; pelo Faustão, que nos convidou a sentar na primeira fila da plateia do seu programa; a revista Veja, através do jornalista e diretor André Petri; o Vitor Civita Neto, que é diretor da editora Abril, me deu um abraço e disse que pensava que eu seria o Educador do Ano”.
O prêmio Educador do Ano foi conquistado por uma professora de aldeia indígena de Rondônia, Elisângela Dell-Armelina Suruí. “São muitos critérios que eles analisam. Eu gostei muito do projeto da Elisângela. Ela viu que os alunos estavam perdendo o hábito de usar a língua materna e fez um livro junto com eles para a associação da língua materna. O prêmio, considero, que ficou em boas mãos. Eram dez grandes projetos. Meu discurso foi muito bem elogiado, onde falei que a educação carcerária tem que sair do anonimato, e fui aplaudido no meio do discurso. Nos medidores do projeto da Nova Escola o meu projeto foi o mais curtido e o que teve mais comentário. Foi bacana demais!”, disse.
O professor ainda agradeceu todo o apoio que recebeu de seus alunos. “Meu alunos vibraram, me mandaram forças o tempo todo. Recebi foto da aluna Júlia Nunes do Imam chorando quando teve o resultado. Isso é inexplicável! Estou muito feliz”.
Ele ainda falou sobre a o método Apac. “O projeto Apac veio para mostrar que existe a punição sim, mas a recuperação é fundamental. A educação de jovens e adultos no sistema prisional tem que sair do anonimato, isso é uma forma de investir em segurança também. Acho que devíamos ter uma Apac em cada cidade, pois, comprovadamente, o aluno sai mais re-socializado e o índice de volta é muito menor. Além do que, o sistema comum é um desperdício de dinheiro muito grande, enquanto que na Apac o recuperando exige menos dinheiro gasto, pois a Apac se autos sustenta”.
O projeto
Segundo o professor, a ideia surgiu de uma dúvida manifestada por um aluno, que colocou que passagens da Bíblia foram o estopim para diversas investigações da história antiga. Então, eles inciaram os estudos voltados para sociedades como a dos egípcios e romanos, por exemplo, e ainda procuram saber mais sobre os conflitos atuais entre israelenses e palestinos. “Os alunos ficaram muito motivados e leram muito. Os grupos foram formados e os meninos liam a Bíblia, revistas e diversos livros didáticos que tratam sobre a história antiga. Fomos tecendo e caminhando dessa forma. Fizemos mapas com registros históricos, que mostravam cidades que são citadas na bíblia e onde se encontram hoje, ou seja, além de estudarmos histórias também pudemos ver geografia”, explicou.