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Perfil: Juarez Soares Lacerda Lino

A experiência de ser um pai solteiro pode parecer complicada para muitas pessoas, principalmente sendo um caso de adoção, mas Juarez Soares Lacerda Lino, hoje com 45 anos, teve maestria em lidar com a situação. Foi em agosto de 2001, que Maria Luiza Pereira Soares Lacerda, hoje com 18 anos, chegou à vida do até então pai de primeira viagem. Nessa época ele estava com 28 anos de idade, trabalhava como técnico agrícola, era estudante do curso de Direito na Pontifícia Universidade Católica (PUC) em Arcos, e ainda fazia parte do grupo de voluntários do Amor Exigente, que atuam para ajudar pessoas com problemas de vícios. A mãe biológica de Maria Luiza era uma das que frequentavam o grupo em busca de apoio, e foi lá que ela confiou ao Juarez o apadrinhamento da filha. Para ele, o convite era irrecusável, mas não pensava que o compromisso seria muito maior. Poucos meses depois de se tornar o padrinho, quando voltou da faculdade, viu que a mãe da menina a havia deixado na sua casa, justificando não ter condições de cuidar. “Quando a mãe dela me chamou para padrinho eu acho que ela já pensava nisso e vislumbrava as dificuldades que ela iria enfrentar, como exemplo, de saúde”, conta Juarez.

Em uma situação difícil, no dia seguinte foi ao Poder Judiciário e explicou tudo que havia ocorrido, mas na época, a juíza Dra. Maria de Fátima, que inclusive era também sua professora, disse que a criança teria que ficar com a mãe biológica sob pena, e a mesma responder por desobediência. Juarez então entrou em contato com a mãe de Maria Luiza, mas só depois de um mês buscaram a menina que estava hospedada em sua casa.

Dois meses depois, a avó e a mãe entregaram a menina novamente para Juarez. Pela segunda vez no Poder Judiciário, Juarez recebeu a informação de que não poderia ficar com a menor. Ele conta que as autoridades estavam resistentes e aconselharam que ele entrasse com uma ação de guarda, e assim foi feito. Quando Maria Luiza completou seus 12 anos de idade, Juarez entrou com o pedido de adoção. Ele precisava só do documento, porque na realidade já havia criado a menina. “Depois de deferida a guarda judicial esperei a Maria Luiza crescer um pouco para entrar com a ação de adoção, justamente para que ela pudesse ser ouvida em juízo e manifestar sua vontade, contou. Quanto à criação, outras pessoas foram entrando em cena para formar uma família completa: “Tive bastante ajuda para criá-la, desde o princípio todo mundo abraçou a causa. A minha mãe, nessa época, já era aposentada e ajudou muito”, explica ele, que se casou com Loreny Andalécio Lacerda quando a Maria Luiza estava com 10 anos de idade: “A Maria Luiza já tinha a minha mãe como a mãe dela, e depois que eu me casei, ela ganhou mais uma mãe”. Hoje Juarez tem mais dois filhos: Beatriz, de 6 anos, e Pedro, de 4. Juarez não esconde que ser pai solteiro foi um período difícil na sua vida, mas o apoio dos familiares foi essencial para que tudo desse certo. “Eu tinha muito receio de errar e sempre pedia a Deus para me ajudar, para eu não prejudicá-la. E é dessa mesma forma que hoje peço a Deus pelos meus outros filhos. Sempre fiz tudo com muito amor e felicidade, e sempre tivemos um relacionamento muito bom”, revela e aconselha: “Aquelas pessoas que tiverem condições e vontade de adotar, que o faça, porque o adulto que tem oportunidade de conviver com uma criança, é o mais beneficiado”. Alegria é a palavra que Maria Luiza utiliza para definir sua relação com todos da família. Ela conta que a adoção foi um processo natural, e a sua admiração pelo pai é vista pelo brilho dos seus olhos, um carinho que transcende laços de sangue. “Sempre gostei muito e acho que o que ele fez foi bom. Se tivesse me deixado com outras pessoas, talvez eu não teria a vida que estou tendo agora”, comemora.

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