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Pastor Agripino | Artigo

O Pastor José Agripino Rodrigues foi e sempre será um nome importante no meio evangélico na cidade de Lagoa da Prata e em toda a região. Desbravador, mesmo em meio a inúmeras dificuldades, lutou de forma aguerrida em prol da pregação do evangelho, também com a intenção de mudar e recuperar pessoas. Sempre acreditou no ser humano.

Era um grande incentivador de obras sociais, vindo mesmo a estabelecer uma entidade social: a SBSP – Sociedade Beneficente de Socorro aos Pobres. Através desta entidade, formaram-se datilógrafos, costureiras, eletricistas, cozinheiras, quitandeiras, encanadores e várias outras profissões aprendidas através de programas e eventos patrocinados por esta entidade.

Todos os cursos quando não gratuitos, eram ofertados à população por valores irrisórios. Lembro-me de comentários há mais de 30 anos atrás, dando conta de que um curso na SBSP custava o equivalente a uma coca-cola de 1 litro. Era realmente um auxílio e tanto.

Muitas pessoas enviavam os filhos para se alimentarem na SBSP, uma vez que em casa nada teriam para comer. Embora limitada em recursos, não era limitada em amor. Todos quantos para ali se dirigiam eram atendidos. O Pastor Agripino era chamado entusiasticamente pelas crianças de “tio Agripino” ou por “Pastor Agripino”. Sua voz firme e de tonalidade um pouco rouca e aguda, transformavam-no em uma figura de altivez e robusteza. Era um homem destemido, valente.

Possuía raciocínio rápido, sagacidade na inteligência e largueza de espírito. Raramente o víamos nervoso. Cristão fiel, tratava a todos com muito amor dignidade. Era de uma urbanidade fora do comum. Tinha muito trato com autoridades municipais.

Como vereador era combativo e muito rígido. Como Presidente da Câmara teve muita sensibilidade com questões políticas polêmicas, tendo costurado inúmeros acordos ditos impossíveis. Com família numerosa, passou por muitas dificuldades, inclusive financeiras. Era uma época difícil e o salário como Pastor era baixo e inconstante.

Mesmo com todas as dificuldades, soube vencê-las, com a ajuda de pessoas da comunidade, dos membros da denominação religiosa a qual pertencia. Seu falecimento deixou todos que o conheciam consternados dada grande amizade, respeito e consideração por todos da comunidade.

Certa feia na cidade de Japaraíba, em meados da década de 60, reuniu um grupo de fiéis da igreja e rumaram para aquela cidade com o intuito de realizar evangelização. Foram recebidos com muita hostilidade, sendo arremessados contra o grupo ovos, tomates e até mesmo pedras. O Pastor Agripino, com muita coragem cobriu as crianças com o seu paletó, colocando uma a uma debaixo de uma cobertura que exisita ao lado de um bar, no local onde se encontravam.

Após foi de encontro aos adversários que ora estavam a hostilizar os evangélicos. Com muita coragem advertiu o padre acerca dos crimes que ali estavam sendo cometidos, o que fez com que aquelas pessoas se retirassem.

Após, reiniciaram os trabalhos de evangelização. Fruto desse trabalho, se encontra hoje no bairro Capoeirão, uma igreja evangélica da Assembleia de Deus em pleno funcionamento, retirando pessoas das drogas e do alcoolismo, anunciando o evangelho e resgatando vidas que estavam presas nos vícios e na marginalidade.

O legado do Pastor Agripino é enorme, muito embora seja pouco lembrado. Há quem aponte erros dele em sua vida pessoal, mas de modo algum isso ofusca a sua imagem como Pastor dedicado e compromissado com a expansão do evangelho em Lagoa da Prata e toda a regiã.

Por Maria Joana Lino dos Santos, a Dona Fia do Hospital…

Histórias que o povo conta…

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