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Parto normal ou cesariano?

Foto: Ilustração

É muito comum as gestantes ficarem indecisas na hora de escolher o tipo de parto para a chegada do bebê. Pensando em homenagear essas mamães que, na maioria das vezes, são de primeira viagem, o Jornal Cidade preparou uma matéria juntamente com a ginecologista e obstetra Jéssyca Carla Silva Castro, que atende em Lagoa da Prata no Instituto de Otorrino Dr. Moisés Franklin, Hospital São Carlos, em Santo Antônio do Monte e Divinópolis.

Qual o tipo de parto mais procurado pelas mulheres?

Cesariana. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país com maior percentual de partos realizados por cesárea do mundo (55,6%). Os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que a situação é ainda mais dramática no âmbito da medicina privada: 85,5% dos partos são realizados por cesárea no sistema de saúde suplementar, quando o ideal para o Brasil seria uma taxa entre 25% e 30%, conforme orientação da OMS.

Quais os prós e os contras da cesárea e do parto normal?

O parto normal acontece de forma fisiológica, como uma expressão do corpo, e prepara tanto o bebê para a percepção do nascimento, quanto permite a mãe uma recuperação mais breve, garantindo na maior parte das vezes uma integridade física para o vínculo imediato com o bebê. Todavia, o parto normal pode apresentar complicações por ser exatamente assim espontâneo, como sangramentos exagerados, cortes indevidos dentre outros. Já a cesariana pode por muitas vezes salvar vidas quando o parto normal é contraindicado. São situações em que o bebê encontra-se sentado, ou quando o parto normal não deve ser praticado, por exemplo, em momentos em que foi evidenciado sofrimento fetal e não  se pode deixar o bebê perder mais energia no canal de parto. Em outro aspecto, a cesariana como toda cirurgia em que é necessário abrir o abdome, aumenta as chances de infecção, sangramento, hematoma, seroma (acúmulo de líquido gorduroso), cicatrizes extensas e indesejadas.

A Ginecologista e obstetra Jéssyca Carla Silva Castro atende em Lagoa da Prata no Instituto de Otorrino Dr. Moisés Franklin, Hospital São Carlos, Santo Antônio do Monte e Divinópolis.

Porque o parto cesáreo é o mais procurado?

Os fatores são individuais e múltiplos. Há mulheres que têm medo da dor do parto, as que não possuem informação do que é melhor para o próprio corpo, as supersticiosas que desejam escolher o dia e a hora, as que não trocam a disponibilidade do seu obstetra por um plantão, as que temem que o parto normal provoque um afrouxamento do períneo e até mesmo queda da bexiga, e as que temem o corte – episiotomia.

Quando se fala em parto humanizado, o que de fato é? Pode-se ocorrer tanto na cesárea quanto no normal?

“Humanizar o parto é um conjunto de condutas e procedimentos que promovem o parto e o nascimento saudáveis, pois respeita o processo natural e evita condutas desnecessárias ou de risco para a mãe e o bebê (OMS, 2000). A humanização da assistência ao parto pressupõe a relação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem com as mulheres durante o processo de parturição e envolve conceitos como considerar a naturalidade do parto – que não requer condutas intervencionistas -, levar em conta as necessidades, os valores individuais e os sentimentos da parturiente, reconhecendo o seu protagonismo durante toda a gestação, parto e nascimento, podendo ocorrer em qualquer via de parto.

A seu ver, o que ainda impede do parto normal ser a escolha das mulheres?

A dor. Apesar das medidas medicamentosas como analgésicos, e as não-medicamentosas, como massagem, calor local, exercícios e até mesmo a analgesia peridural estarem cada vez mais disponíveis, vejo a dor como um grande limitador do parto.

O parto normal exige mais do obstetra?

Nem sempre. O parto normal pode sim ser mais laboroso por ser um processo natural e demandar horas de acompanhamento até o desfecho feliz. Porém, uma cesariana em pacientes com várias cesárias anteriores ou até mesmo uma cirurgia complicada pode deflagrar em uma exigência grande.

O que impede o parto normal?

Feto na posição sentada (situação relativa), feto com peso superior a 4kg, sofrimento fetal agudo, alterações da pelve materna incapacitantes, doença maternas graves, doenças cardíacas ou pulmonares.

Como profissional, qual a melhor escolha para a mulher, cesárea ou normal?

A meu ver, a melhor via de parto é a que garanta o bem-estar do binômio materno fetal. Isso deve ser avaliado no decorrer do pré-natal e individualizado de acordo com a singularidade de cada gestação; buscando sempre praticar o melhor cientificamente aliado ao respeito às expectativas da gestante.

Em Lagoa da Prata já teve algum caso de parto realizado por você em casa?

Não. O parto domiciliar apesar de permitir a mãe um conforto pelo acolhimento do seu lar, a deixa muito vulnerável às adversidades comprometendo a segurança da mesma e de seu filho. Diante disso eu opto por não praticar partos em casa.

Qual a sua escolha?

“Optei pela cesárea por ser mais confortável. Pude escolher a data e me preparar. O Pedro nasceu tranquilamente e não tivemos problemas com o parto. Sou muito feliz com a minha escolha e faria novamente se tivesse outro filho” –  Carolina Vidal, 28 anos, professora.

“A Alice nasceu de parto normal, pois era meu sonho e consegui. Acredito que devemos ir pela ordem natural do corpo e se não dermos conta partimos para a cesárea. Mas graças a Deus foi tranquilo. Percebi que há um tabu em cima do parto normal, é óbvio que tem dor, mas ela é algo que se esquece quando vê se o rostinho do bebê, além disso, a recuperação é bem mais rápida!” – Viviane Lacerda, 25 anos, dona de casa.

“Engravidar da Laura foi um susto imenso, assim não conseguia pensar qual parto optaria. Mas chegando a hora, comecei a sentir dor, senti todas as dores, mas desisti de seguir com o normal. Ela nasceu de cesárea e foi supertranquilo, não foi nada como se ouve falar. Lógico que incomoda pra levantar a primeira vez, se a gente espirra, pra ir ao banheiro, mas passa. Fui muito feliz com a minha escolha” –  Taynara Egídio, 20 anos, estudante

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