Uma adolescente de 16 anos foi expulsa neste domingo (28) de uma missa na comunidade de Gamas, na cidade de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas Gerais. Segundo a estudante Thalita Alessandra Silva Mota, o motivo foi o short que ela usava. Ela contou que o padre chamou sua atenção na frente de mais de 150 pessoas que estavam presentes durante a celebração de uma missa. “Ele disse no microfone que a roupa que eu estava era inadequada para uma missa. Eu não ficaria chateada se ele tivesse dito isso reservadamente. O problema foi que ele não soube ser educado e disse para eu me retirar da igreja e trocar a minha roupa”, desabafou. Em entrevista ao G1, o padre João Luiz Moreira confirmou a repreensão e disse que não muda a opinião.
O pai da menor, o cortador de solas de sapato, Cleisson Renato Mota, contou que Thalita passou por uma cirurgia na perna há menos de 30 dias e por causa dos pontos que ainda não cicatrizaram ela não podia usar roupas apertadas. “Foi recomendação do médico que ela não usasse roupas apertadas para não prejudicar a cicatrização, e nem roupas abafadas por causa do calor, por isso ela escolheu ir com o short à igreja”, contou.
Ainda de acordo com o pai e a menina, durante a missa o padre comentou sobre o tipo de roupas adequadas para a igreja e falou repetidas vezes sobre o mesmo assunto e, quando viu Thalita usando o short, a chamou e disse que o que ele estava falando era exatamente com ela. “Ele apontou o dedo para mim e falou: Mocinha, isso que eu estou falando é para você mesma. Vá embora e troque essa roupa que não é adequada para a ocasião. Eu abaixei a cabeça e entrei para a sacristia e fiquei lá até que passasse o mal estar. Depois fui embora para casa acompanhada do meu pai”, lembrou.
Cleisson Mota contou que tentou alertar o padre sobre o motivo da roupa da filha. “Para evitar qualquer constrangimento, eu tentei chamá-lo para justificar, mas ele simplesmente me ignorou e continuou a missa. Logo depois o que eu temia aconteceu, ele chamou a atenção da Thalita na frente de todos presentes”, explicou.
O padre João Luiz Moreira confirmou a repreensão à adolescente e afirmou que não muda a opinião só porque a menina passou por uma cirurgia. Segundo ele, a igreja é lugar sagrado e por isso as pessoas devem se vestir adequadamente para as celebrações. “Eu falei realmente que a roupa não era roupa de igreja. Em seguida ela se levantou e foi para frente da igreja. Por isso falei que estava falando com ela”, admitiu.
O pai da adolescente registrou um Boletim de Ocorrência e falou que irá acionar a Justiça pelo ato do padre. ”Eu vou processar o padre. Ele não tinha o direito de constranger minha filha na frente de todo mundo”, argumentou. Sobre uma possível ação na Justiça, o pároco não quis falar.
Fonte e foto: G1 Triângulo Mineiro