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Os relacionamentos em eras digitais | Artigo

Em tempos de redes sociais, as formas de se relacionar mudaram. Sair de casa já não é uma exigência para ter contato com as pessoas. Se um indivíduo trabalha no sistema de home office, pode pedir suas refeições por meio de aplicativos e fazer compras pela internet, sem se dar ao trabalho de entrar dento de uma loja. Pode também estudar pela internet, conhecer pessoas nas mais diversas redes sociais (namorados e amigos), e passar praticamente 100% do seu tempo conectado, sem sair de casa.

Como administrar a vida social com o advento da tecnologia? É importante realizar esse tipo de questionamento pelo fato de que o ser humano é um ser de relação, cada um com sua singularidade se relacionando com a singularidade das outras pessoas. Não fossem as relações construídas ao longo da história da humanidade, talvez hoje nós não estivesse aqui escrevendo esse texto e você não o estaria lendo.

Manter vínculos virtuais não é necessariamente um hábito ruim. Até porque parte-se do pressuposto de que há outro ser humano do outro lado da tela. O problema é quando isso se torna um excesso, e limita a vida do sujeito. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) trabalhou sobre essa temática em suas obras. Bauman acreditava que a sociedade dos dias atuais vive tempos líquidos, em os conceitos de amizade e amor passaram por grandes modificações. Um de seus apontamentos é sobre o Facebook e a quantidade de amigos: é possível ter 500 amigos, 5000 amigos? Seria mais adequado nomear como contatos, pois amizade requer intimidade, conhecer o autor, e é impossível manter alto nível de proximidade com 5000 pessoas.

Se bem utilizadas, as redes sociais podem até facilitar as relações: é possível ver a rotina dos familiares que moram distante, manter contato com o amigo que mudou para o exterior, ser convocado para uma importante colocação de trabalho… Não se pode ignorar que a tecnologia promove mais acessibilidade para as pessoas. Mas, será que é mais importante postar a foto do jantar ou apreciar o alimento ao lado de uma boa companhia? É melhor fazer check in do show do ano ou curtir abraçado com melhor amigo ou namorado?

Ficam essas provocações para repensar a realidade das relações humanas na era virtual.


Maria Bruna Mota: psicóloga, palestrante e empreendedora.

E-mail: [email protected]

 

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