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O Facebook e a necessidade de ser visto

Sim, é indiscutível a imensa popularidade de que goza hoje o Facebook. Todo mundo tem seu perfil na página e não deixa de atualizá-lo constantemente com fotos, pensamentos (de outros, geralmente) e informações quentes sobre sua vida. Cada um faz aquilo que entende que é melhor para si, naturalmente, mas não posso deixar de dizer que muito me estranha todo esse espaço que o Facebook tem ocupado na cabeça e na vida das pessoas.

Refletindo sobre qual seria o porquê de tamanho sucesso, cheguei à conclusão de que essa atual onda (quiçá um Tsunami!) está ligada à exagerada valorização que nós damos à tudo aquilo que aparece, ao que é mostrado e é visto. Pensemos em toda indústria que gira em torno das ditas celebridades: paparazzis, revistas de fofoca, sites de fofoca, programas de fofoca na TV, grifes de “famosos”, DJ’s-celebridades e por aí vai. O que explica tamanho interesse do público em tais “celebridades”? Por que tanta celebração?

Um dia desses um paparazzi morreu atropelado enquanto perseguia o Justin Bieber. Lembro-me também de ouvir há pouco tempo um paparazzi americano dizer que ganha a vida vendendo fotos e fofocas da Britney Spears. O cara é especialista em Britney: sabe os horários em que ela dorme, acorda, toma banho, sabe qual seu restaurante preferido, o clube que ela mais frequenta, etc. Ele tem até um celular exclusivo para passar e receber informações sobre a vida da Britney. Poxa vida, o que será que torna a vida da Britney Spears tão mais especial ou interessante do que a minha ou a sua? O que torna a existência do Justin Bieber tão mais bacana ou importante que a sua ou a minha?

Penso que temos valorizado exageradamente tudo aquilo que aparece, tudo aquilo que é exposto. A vida do sujeito que sai na TV ou na revista vale mais do que a vida comum e pacata do sujeito que lê a revista e assiste a TV. É como se houvesse uma aura de beleza e intensidade em volta de todo aquele que dá as caras na grande mídia.

Bem, a essa altura do texto, você deve estar se perguntando: “Mas o que tem o Facebook a ver com tudo esse papo de paparazzi e celebridade?” Ora, pensem comigo: o Facebook não seria uma forma de todos nós termos também nossos 15 minutos de fama? Não seria o Facebook a maneira que nós encontramos de expor ao mundo nossa própria intimidade, assim como assistimos admirados a exposição da intimidade da Britney Spears ou do Justin Bieber? Com a ajuda do Facebook, não estaríamos sendo nossos próprios paparazzis, fotografando e publicando cada passo que damos?

Vejam que movimento estranho: até há pouco tempo atrás, todos reclamavam das fofoqueiras, das “Marias Janeleiras”, aquelas senhoras que sabiam de tudo o que acontecia com todos na vizinhança. Tínhamos receio de ter nossa intimidade
exposta, não queríamos que toda vizinhança soubesse do que se passa em nossa vida. Agora acontece exatamente o contrário: morremos de medo de que todos não saibam do que se passa conosco, para qual festa fomos no fim de semana, que música estamos ouvindo, o que estamos pensando, o que estamos sentindo, etc.
Enfim, em tempos de exposição das intimidades e publicização das privacidades, eu mesmo pretendo é seguir meu caminho sem muito alarde: sem flashes, nem poses, nem fotos. Hollywood não me atrai.

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