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Notícia de que Prefeitura realizaria doação de lotes movimentam Cras; Assistência Social diz se tratar de boatos

Famílias lotaram Cras dos Bairros Marília, Gomes e Chico Miranda; Indignados com falsa notícia moradores vão às redes sociais fazer reclamações.

Foto: (Redes Sociais).

Alan Russel

Uma notícia de que a Prefeitura Municipal de Lagoa da Prata estaria com alguns lotes disponíveis para doação movimentaram os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) nas últimas semanas. Diversas famílias se dirigiram aos Cras do Bairro Marília, Gomes e Chico Miranda com os documentos necessários para realizarem um possível cadastro. A procura foi tão grande que levou os Cras a realizarem agendamento para os atendimentos. Porém, depois de alguns dias, a Prefeitura Municipal informou de que não havia nenhuma doação de lotes e que as inscrições são rotineiras e que sempre estiveram à disposição da população nos Cras. As informações desencontradas causaram mal estar entre a população e levou dezenas de cidadãos a movimentarem as redes sociais, reclamando do acontecido e pedindo esclarecimentos por parte da Prefeitura Municipal.

Carine Abreu é moradora do Bairro Marília e é uma das pessoas que foram ao Cras com a documentação para inscrição de interessados em receber doação de lotes por parte da Prefeitura. Carina confirma que ouviu dos próprios funcionários do Cras que haviam lotes para doação e que após a inscrição, os profissionais de Assistência Social iriam realizar uma visita para análise da situação familiar e comprovação de que a família estaria dentro do perfil para receber os lotes.

“A informação que nos foi passada era que estavam abertas inscrições para doação de lotes. E essa informação não foi repassada apenas para mim. Diversas famílias aqui do Bairro Marília receberam essa informação do pessoal do Cras. Inclusive, até pregaram na parede um cartaz agendando horário de inscrições para doação dos lotes”, apontou Carina.

O cartaz de fato existiu e esteve exposto na parede do Cras do Bairro Marília. No cartaz tinha os dizeres: “Agendamento para solicitação de lotes na sexta-feira, dia 13/09 a partir de 8h”.

Para muitas pessoas esse cartaz é uma prova de que a Prefeitura tinha lotes disponíveis para doação e que após ver que a procura foi muito grande, avaliou a situação e retirou a informação de que teriam lotes para doação.

A secretária de Assistência Social, Cali Silva, recebeu a reportagem do Jornal Cidade para explicar as informações desencontradas e garante que em nenhum momento a Secretaria de Assistência Social informou à população que estaria realizando doação de lotes. Cali também enfatizou que as solicitações de lotes são constantes por parte da população e nesses casos, assim como em outras solicitações e demandas da população, a secretaria tem que ouvir os interessados e disponibilizar um documento de solicitação para que os mesmos possam preencher as informações referentes aos dados de cada família.

“O que aconteceu foi simplesmente um mal entendido. A pasta de Assistência Social, assim como os Cras, precisam ouvir e entender os anseios e a realidade das famílias de Lagoa da Prata. Desde sempre recebemos muitas solicitações e entre elas há muitas famílias que solicitam lotes. É um desejo de muita gente. Acredito que o que aconteceu foram informações desencontradas, o que levou muita gente a ir até os Cras solicitando lotes. A Assistência Social tem que ouvir a demanda da população. Mas até então não existem lotes para doação. O que fazemos é receber as solicitações, encaminhar um assistente social para verificar a situação da família para que possamos entender melhor o que se passa e o que essa família precisa. Mas em nenhum momento a Prefeitura, a Assistência Social ou o Cras disse que existem lotes para doação”, explicou a secretária.

Eduardo da Silva é outro cidadão que esteve no Cras no mês de setembro e garante que recebeu a informação de funcionários de que haveriam sim lotes para doação e que as inscrições para as doações estavam abertas. Eduardo discorda da afirmação da secretária de Assistência Social e garante que não houve interpretação errada da população.

“O que aconteceu foi que disseram sim que haveriam lotes. E não foi só para mim que disseram. Orientaram todo mundo a levar a documentação no Cras para receber lotes. Aí, por motivos que eu desconheço, eles informam que não tem mais lotes e dizem que é apenas um cadastro de rotina. Isso é falta de respeito com a população. A quantidade de gente que foi no Cras, perdeu dia de trabalho, teve inclusive um cartaz com a data de agendamento de inscrições. Aí de uma hora para outra eles dizem que não existem lotes. Não sei qual é a intenção da Prefeitura com isso, mas que é uma falta de respeito isso é”, completou Eduardo.

No ano de 2015 a Prefeitura Municipal realizou doações de lotes. De acordo com a secretária de Assistência Social, foram mais de 60 lotes doados pela Prefeitura. Existem alguns requisitos  que a família que recebe o lote deve seguir. Um deles é que a construção do imóvel deve ser iniciada em até dois anos após a doação. Quem não construir no lote perde o direito ao e a Prefeitura volta a ter o direito ao terreno. Cali explicou que muitas pessoas imaginaram que talvez esses lotes que foram doados e as famílias não conseguiram construir imóveis iriam ser novamente doados à outras famílias, porém isso não aconteceu.

“Foram mais de 60 lotes. Desses lotes, apenas 14 famílias não conseguiram construir no terreno. E sendo assim, estes lotes voltam para a Prefeitura. Até o momento o prefeito e nem ninguém da gestão disse que haveria a doação desses lotes. A gente tem que explicar para as famílias que não existem lotes para doação. Houve muitas informações desencontradas e isso levou muita gente aos Cras. O que fizemos foi apenas documentar essas solicitações”, finalizou Cali.

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