Máquinas realizam drenagem em APP na vereda do Bairro Rodolfo Pio em Lagoa da Prata
A intervenção é de responsabilidade do Saae, que até então, não apresentou estudo de impacto ambiental e licenças para execução da drenagem. Ambientalistas e população cobram um posicionamento mais transparente do órgão.
Alan Russel
Na manhã da última quarta-feira (13), a redação do Jornal Cidade recebeu diversas denúncias sobre uma drenagem que estaria sendo realizada em Área de Preservação Permanente (APP), próximo ao novo Bairro Rodolfo Pio em Lagoa da Prata. A reportagem do JC esteve no local e acompanhou de perto o trabalho de uma draga de esteira, abrindo um curso d’água, em área de vereda. Muitos cidadãos foram às redes sociais, cobrar da Administração Pública, os motivos que levaram a realização de uma intervenção deste porte em área de proteção permanente.
O Jornal Cidade, em primeiro momento, entrou em contato com o secretário de Meio Ambiente, Lessandro Gabriel, para entender melhor o trabalho que está sendo realizado. Lessandro explicou que o trabalho em questão é de responsabilidade do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Lagoa da Prata. Em seguida, entramos em contato com Fátima Tavares e apresentamos os questionamentos da população. A diretora do Saae disse que no momento da ligação estava ocupada e que retornaria nossa chamada.
Durante toda a quinta-feira (14), a máquina de drenagem continuou o trabalho na região de vereda e abriu ainda mais o dreno na APP. A diretora do Saae, Fátima Tavares, falou com a reportagem e se comprometeu a apresentar os documentos que permitem o órgão realizar intervenções. Na manhã desta sexta-feira (15), a reportagem tentou novamente entrar em contato com a diretora do Saae, mas Fátima Tavares não atendeu e nem retornou nossas ligações.
De acordo com as leis vigentes, para que uma intervenção deste porte seja realizada em APP, como é o caso da vereda próximo ao Bairro Rodolfo Pio, é necessário de licenças e outorgas de órgãos estaduais competentes, além de um estudo de impacto ambiental na área.
A população espera um posicionamento transparente do Saae, explicando o que motivou a drenagem na vereda, apresentando a documentação necessária para realizar a intervenção, além de se comprometer que não haverá impactos ambientais na área afetada.
Até então, o Saae não se pronunciou, nem apresentou um posicionamento sobre o trabalho que está sendo realizado na região de vereda. O Jornal Cidade vai continuar acompanhando a situação e, assim que o Saae se pronunciar, iremos repercutir.
