A capacidade de identificar o que uma pessoa está pensando, mesmo que ela não fale sobre tal conteúdo, é conhecida como leitura mental. Apesar de fazer parte da fantasia de muita gente, ler os pensamentos alheios é algo impossível de ser feito. Em alguns momentos, no entanto, pode ser que alguém se comporte com base em supostas leituras mentais. Isso significa que o comportamento dessa pessoa foi fundamentado no que ela supôs que os outros estariam pensando sobre ela.
Durante a apresentação de uma palestra, ao olhar para as pessoas na plateia, alguns pensamentos ligados à leitura mental podem passar pela cabeça do palestrante. Por exemplo: “Eles estão pensando que eu não sei bem sobre o assunto”, “Devem estar achando minha palestra um fracasso”. Tais pensamentos o afetarão, e a partir de então, provavelmente passará a se comportar com base neles. Antes de aceitá-los como verdadeiros é preciso que esses pensamentos sejam identificados, avaliados e ressignificados. Dessa forma, torna-se possível construir consequências mais satisfatórias, olhando para a mesma situação com uma perspectiva mais realista, e menos fantasiosa.
Luciene Morais Batista é graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Psicóloga da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de Lagoa da Prata, atua também em consultório particular, situado na mesma cidade. Trazer a psicologia para mais perto dos leitores através de textos que relacionem esse conhecimento ao cotidiano é o objetivo de sua coluna.