Lagopratense transforma pichação em arte
Há cinco anos lagopratense Silas Rossi Cândido Franco, filho de Sebastião Reis Franco e Maria Amália Cândido, conheceu a arte de desenhar e grafitar no projeto Futura, onde hoje atua como professor voluntário de grafitismo.
Silas contou ao Jornal Cidade que antes de se tornar um desenhista e grafiteiro era pichador. “Sempre me identifiquei com a arte de desenhar, mas ainda jovem eu não tinha isso como uma arte, porém tive a oportunidade de me transformar de pichador a artista. Atualmente pichar é crime, e foi aí que me perguntei, por que não me tornar um artista?”, comenta orgulhoso.
Além de trabalhar com o grafite, Silas ainda cria personagens. “Criei três personagens, ambos nordestinos, mas cada um com a sua personalidade. Tem a Bela, que é a minha primeira criação; a Nina, que é irmã da Bela e o Calango Tião”, afirmou.
[pull_quote_left]Quero que as crianças e jovens se transformem por meio do meu trabalho, o meu desejo é que eles modifiquem um dom oculto em arte[/pull_quote_left]
Cada personagem tem uma personalidade. A Bela é a moderna da história, a Nina é a intelectual e o Tião, o “calango invocado”. Segundo Silas, o objetivo é transformar suas histórias em um projeto de cunho social. “Quero que as crianças e jovens se transformem por meio do meu trabalho, o meu desejo é que eles modifiquem um dom oculto em arte”, afirmou.
Silas ainda enfatiza que o seu sonho é lançar uma cartilha com base educativa para jovens e adolescentes, abordando temas sociais.
De acordo com o artista, quem quiser conhecer mais do seu trabalho pode ir até a Estação Ferroviária de Lagoa da Prata, onde estão expostos alguns dos seus trabalhos.
Fundação Futura
A Fundação Futura foi criada em 1999 com o objetivo de cuidar apenas do antigo museu e da estação ferroviária, mas o ensejo de propiciar uma formação cultural para crianças e jovens fazia parte dos desejos da direção da Fundação.
De acordo com o presidente da entidade, Lucas Guadalupe, as funções e objetivos atuais da fundação abrangem o cuidado com o patrimônio histórico e social. “Nosso projeto é bem interessante, o fato de tentar tirar as crianças e os jovens da rua através da arte é maravilhoso, e é isso que queremos sempre”, afirmou Lucas.
O projeto atende crianças acima de cinco anos até idosos, oferecendo diversos cursos com valores acessíveis para apenas manter os materiais (variando de R$10 a R$40). “Oferecemos cursos que trabalham o cognitivo da pessoa, bem como o lado social. O projeto conta com professores que ensinam artes integradas, pintura em tela, desenho, crochê, karatê, jiu jitsu, violão, viola, guitarra, teclado, saxofone, baixo, balé, jazz, breakdance e slackline”, afirmou o presidente.
Lucas ainda salienta que o projeto também conta a Fundação Futura Itinerante, atendendo a Apae, Amavi e Apac.
Os interessados em fazer parte do projeto – como aluno ou voluntário – deverá se dirigir à Estação Ferroviária, próximo à praia municipal.