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Juiz pede estudos técnicos para avaliar retorno do rio São Francisco ao leito original

Juiz Aloísio Libano

O Poder Judiciário convocou uma reunião com empresários e ambientalistas para discutir a continuação ou paralisação das obras no entorno do rio São Francisco e o possível retorno ao leito original. O encontro aconteceu no dia 10 de outubro, no Fórum de Lagoa da Prata, e teve a participação do juiz Aloísio Libano, de representantes da EPOMTA (empresa que detém a maior parte das terras utilizadas para a plantação de cana e contratante do serviço de intervenção no rio), engenheiros da Arcos Verde, membros da AAPA (Associação Ambientalista dos Pescadores do Alto São Francisco), o vereador Di-Gianne Nunes e promotor Eduardo Almeida.

[pull_quote_left]Em uma obra como esta, de tamanha magnitude, deve-se levar em consideração os possíveis impactos que esta causará. Já ouvi muita gente dizendo que é só ir lá e fazer isso e aquilo e pronto. Mas não é, pois, se fosse tão simples, já teríamos a solução. As pessoas não podem esquecer que o Poder Judiciário não trabalha com radicalismo e nem achismo, e sim, com laudos técnicos[/pull_quote_left]

O juiz reconheceu que a volta do rio ao leito original, como querem os ambientalistas, não é tão simples. “Em uma obra como esta, de tamanha magnitude, deve-se levar em consideração os possíveis impactos que esta causará. Já ouvi muita gente dizendo que é só ir lá e fazer isso e aquilo e pronto. Mas não é, pois, se fosse tão simples, já teríamos a solução. As pessoas não podem esquecer que o Poder Judiciário não trabalha com radicalismo e nem achismo, e sim, com laudos técnicos”, destaca.

[pull_quote_right]Temos a consciência do que aconteceu no local e cabe a nós retratarmos isso. O rio tem a capacidade física para a volta, mas também há de se levar em conta o agravo funesto (morte) do rio[/pull_quote_right]

Segundo João Paulo, advogado da EPOMTA, as obras iniciadas no entorno do rio independem da liberação do retorno ao leito original. “Temos a consciência do que aconteceu no local e cabe a nós retratarmos isso. O rio tem a capacidade física para a volta, mas também há de se levar em conta o agravo funesto (morte) do rio. A empresa já fez vários estudos para fechar o canal, porém, sem êxito para a ação”, afirmou.

O promotor Eduardo Almeida acrescentou que a sociedade deseja a volta do rio ao seu leito original. “Não podemos admitir que sejam feitas soluções alternativas sem que o sentido de tudo seja o retorno do rio”, frisou.

Saulo de Castro, ambientalista e vice-presidente da AAPA (Associação Ambientalista dos Pescadores do Alto São Francisco), salientou que o rio também na atual forma traz prejuízos para o meio ambiente. “Não se pode levar em consideração somente as consequências que a volta do rio trará e sim as consequências se ele permanecer como está. Corremos o risco de ter um rio aqui de dois metros de largura e um de profundidade. Portanto, há a necessidade de se fazer um estudo mais complexo, que seja realizado por alguém que não tenha vínculo com a empresa que realizará a obra. Esta obra que foi embargada é um paliativo e não resolverá absolutamente nada”, destacou.

[pull_quote_left]O estudo técnico servirá de base para resolvermos todas estas questões. Para fazer a obra também há de se levar em conta a retirada da terra advinda do antigo leito do rio e do intemperismo do local, que deve gerar em média 190 mil caminhões de terra, que também precisa ser analisada porque não sabemos se esta terra pode ser utilizada para outra coisa.[/pull_quote_left]

Após discussões sobre o futuro do rio São Francisco no eixo de Lagoa da Prata, o promotor e o juiz estabeleceram que fossem feitos estudos técnicos para a viabilidade da obra. “O estudo técnico servirá de base para resolvermos todas estas questões. Para fazer a obra também há de se levar em conta a retirada da terra advinda do antigo leito do rio e do intemperismo do local, que deve gerar em média 190 mil caminhões de terra, que também precisa ser analisada porque não sabemos se esta terra pode ser utilizada para outra coisa. É muita terra, precisaria também de um local adequado. Uma obra desta magnitude pode trazer vários imprevistos e precisamos saber exatamente o que fazer, e volto a dizer, sem achismo”, afirmou.

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