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José Antônio – O Sonho de conhecer uma rádio

Eu era meninote na escola, estudava, mas sempre tive como objetivo conhecer uma rádio. Ouvia o Zé Bétio, a Linha Sertaneja classe A, com o Zé Russo, gostava de ouvir o Edgar de Souza, que falava muito do Instituto Universal Brasileiro, e vários outros grandes comunicadores. E ali eu ficava sonhando em como era uma rádio.

A professora sempre chamava a minha atenção dizendo que eu estava distraído. E eu perguntava: Professora, como que é conhecer uma rádio?  – E a professora falava: Zé Antônio, não preocupa com isso não. Vamos preocupar com a aula aqui.

Eu conversava com algumas pessoas sobre este sonho, mas ninguém dava a mínima. Eu ouvia a rádio emissora de Lagoa da Prata 1080, e eu já estava com dez anos mais ou menos e gostava de ouvir Gilberto Júnior, Beto Vieira, Baixinho da alegria, Ronan Batista, Adelmo Lopes, Irací de Abreu, Fernando Castro e Sérgio Souza e outros grandes comunicadores que passaram pela 1080.

E eu naquela vontade de ir à Lagoa da Prata conhecer… Certa vez, um pessoal falou que ia pescar no rio São Francisco e eu pedi para eles me levar, foi o Nardo do Zé Cabral e o saudoso Amilton mecânico dentro de um fusquinha velho dos para lamas enferrujados. Mas o meu negócio não era na beira do rio e sim passar na porta da rádio.

No caminho eu contei para eles que eu queria era conhecer a rádio e não ir pescar. E eles falaram: Que isso menino! Nós vamos é pescar…  E eu fui pescar com eles sem querer.

Depois de um tempo eu ouvi um zum zum zum vindo do bairro Dom Bosco que a Folia de Reis ia cantar na rádio 1080, que hoje é a rádio Tropical 790 AM. Daí eu procurei o Pedro Divardo, que era membro da Folia de Reis, pra ele deixar eu ir junto, mas ele falou que não não era com ele e sim com o Jairão, então fui atrás dele.

Quando fui conversar com o Jairão, ele me disse que o Corcel 1 já estava lotado e que ia custar a caber os integrantes da Folia. E eu até  falei pra ele que podia me levar no porta-malas, mas o Jairão falou que estava lotado com os pandeiros, cuícas, e reco reco.

Mas depois de um tempo o Jairão ficou com dó de mim e deixou eu ir no porta-malas.  Ele disse: Zé Antônio lá é abafado. Eu disse: Faço qualquer coisa pra conhecer a 1080, vou até dentro do pneu se for preciso.

Ali eu empuleirei no Corcel e nós despinguelamos na estrada de terra de Santo Antônio do Monte até Lagoa da Prata. Rapaz…. que que é buraco e poeira que tinha naquela estrada. Eu cheguei na rádio igual um leitãozinho, branquinho de poeira.

Eu atravessei a rua pra entrar na rádio, mas quando eu olhei só vi um salão grande, um trem esquisito. Andei mais um pouquinho e vi o Adelmo Lopes e  o Iraci de Abreu. Eu olhei aquilo tudo com uma certa decepção porque ali não era a rádio, era um auditório igual ao que a gente apresenta a roda de violeiros  em Lagoa da Prata.

Quando nós entramos no Corcel para ir embora, eu falei pra eles que eu estava triste porque fui até lá para conhecer a rádio e não conheci. Eu é que num ia entrar naquele porta – malas e sair igual um porquinho de tanta poeira, mas o pior que voltei, não tinha lugar pra mim dentro do carro.

Quando eu cheguei em casa que minha mãe viu eu sujo daquele jeito ela disse: – Que isso menino ta faltando pouco você roncar, tá parecendo um leitãozinho, o que você arrumou?  – E eu disse: Ah mãe, eu fui conhecer a rádio 1080, mas não conheci nada, só comi poeira.

Mas há seis anos eu tive essa oportunidade e hoje estou trabalhando como locutor. Resumindo, nunca é tarde é para realizar um sonho!

 

José Antônio – Locutor da rádio Samonte FM E- mail: bandeirantes@isimples.com.br
José Antônio – Locutor da rádio Samonte FM
E- mail: [email protected]
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