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José Antônio – A moto na lama

Em meados de 1989, eu com meus 19 anos, consegui adquirir uma moto trabalhando na fogueteria. A moto era de 1978, que ficou na história. Não tinha os para-lamas da frente, pneu lisinho. Era muito difícil adquirir as coisas antigamente.

Eu sabia no sábado e penteava o cabelinho e ficava parecendo com os Menudos, aquele conjunto musical, numa metideza danada! Camiseta, tênis bamba, montava no motinha e acelerava 9 mais 30.

Certo fim de semana, chega eu no Escadão Dancing Shows, próximo da praça da matriz. Eu já tinha bebido uns goles. Chegava perto das meninas dançando, puxava o cabelo delas… elas olhavam para mim e viravam um corisco na frente da gente. Não sei se eu era muito feio ou se elas eram muito ariscas. Eita trem custoso que era arrumar namorada! Nem com uma motinha velha conseguia!

Chapuletei mais um gole com a turma e encontrei um companheiro da época, o Jurandir, irmão do Antônio José, do violão. Chegando lá, o Jurandir disse:

– Uai, Zé Antônio! Apanhou uma motinha?

Eu disse:

– Apanhei, sô! Tô satisfeito demais!.

Aí ele chamou para dar um passeio.

– Inaugurou um boteco na entrada da Inbrasfogos e a gente podia ir lá beber uns goles.

– Mas está chovendo demais, sô! Essa moto não tem o para-lama na frente…o trem não vai ficar bão – eu disse.

– Não! Nós nem vamos ver chuva – retrucou Jurandir.

E assim a gente seguiu para a Inbrasfogos. Chuva que Deus dava.

Quando chegamos no boteco (o dono era o Kid Torneiro). Era quase meia noite e cadê o povo! Estava só o Kid sozinho. Já que nós estamos lá mesmo, pedimos mais uns goles. Na época se bebia a tal da porradinha. Bebemos mais umas e acabamos de tontear.

Decidimos ir embora. Montamos na montinha. Ela saiu em caracol, escrevendo pela lama afora. Era estrada de chão, passando pela sede do Banco do Brasil. A lama todinha sujava a gente. Volta e meia e a gente prancheou no chão. Quebraram as setas. Na época não usávamos capacete.

A moto com os pneus lisos escorregava igual a quiabo. Pensei: vamos mais no meio da estrada, pois vai ser mais seguro. Assim a gente acabou de subir o morro. Quando ganhamos o espigão, já chegando próximo ao Bodoque hoje, tinha uma valeta de enxurrada no meio da encruzilhada. Fui no meio da valeta e fomos ao chão de novo. A moto caiu como cano de descarga em cima da minha perna. A gente estava cantando a música “A boate Azul”. Estávamos até alegres, enlameados e tontos. O Jurandir caiu lá na frente. Aí eu falei para ele:

– Saí daí, Jurandir!

Como a gente estava cantando a música “A boate azul”, ele disse cantando:

– “Sair de que jeito, se não sei o rumo para onde vou”!

Que situação! Cheguei em casa enlameado, com a moto pifada, numa situação precária demais.

 

 

 

José Antônio – Locutor da rádio Samonte FM E- mail: bandeirantes@isimples.com.br
José Antônio – Locutor da rádio Samonte FM
E- mail: [email protected]
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