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José Antônio – A moto, a morena e o salão

 

Em meados de 1989, eu “rapaizinho” saía fim de semana na minha motinha 78, de pneu liso, sem para choque, sem paralamas… e naquela época a gente não tinha o hábito de usar capacete…era uma pitimba que só!

A gente já saía bebendo o uísque rural, mais conhecida como a pinguinha da roça. A gente passava no barzinho do Zé do Tião, no bairro Dom Bosco e no buteco do saudoso Tõe Tivico…eu “chapuletava” umas três até abrir o Salão de dança Maria Rosa, próximo do Campo do Nacional, mas ainda no bar do Zé do Tião eu encontra com o  Gibi, Bezzorinho, o  Pica-pão, era uma turminha boa…

Dali eu montava nessa motinha, passava na danceteria Scorpions e lá eu chapuletava mais uns dois uísques rurais, e costuma o Eli Bicheiro, o Nelson irmão do Eli… na verdade eles não gostavam muito de deixar eu subir na parte de cima de discoteca não, sabe, tudo isso era medo de eu arrumar umas encrencas lá. Eles olhavam pra mim e viam um caboclinho bebendo esse uísque rural desse jeito, esse cabelinho comprido e essa motinha…ah ele não vai sair muito bem lá na frente . Mas eu…eu fica ali dando uma paquerada nas gatinhas e esperando abrir o Salão de dança da Maria Rosa, onde hoje é o Bailão do Léo .

Quando eu chegava no Salão da Maria Rosa, eu dançava de uma forma esquisita e desengonçada , era engraçado o Timbé que sempre chegava perto de mim e falava que era melhor eu ficar no canto porque eu dançava feio, e eu fiquei ali no meu canto. Até que apareceu uma “murininha, cor de cuia veia… rapézinha que só”  e me disse ô Zé Antônio você não quer levar eu para dar uma voltinha na sua motinha não? Aí eu disse: te levo sim, mas minha motinha na descida ela não tem freio e na subida o banco tá quebrado , ta sem farol também. Daí ela falou: não tem problema qualquer coisa eu “garro” na sua cintura. E eu pensei: hoje tem…hoje eu ganho.

Eu liguei a motinha e acelerei, passei em frente a cadeia e lá de fora “tava”o Vardemar Sordado, o Levir Sordado, Alberto Sordado e o Evando Sordado…uma série de polícia. Eu eu passei acelerando com tudo, “tava” entusiasmado  né, eles acenaram pra mim e eu achei que eles estavam me cumprimentando, mas que nada, eles queriam era me prender . Subi na rua do asilo e quando eu pensei na coisa, levei a mão para trás para começar a dar andamento nas coisas….mas cadê a morena?  Uai, esse trem ta errado, bem que eu to vendo que essa moto ta correndo demais, ela não é de desenvolver tanto assim. Eu fiz meia volta, e voltei para o salão da Maria Rosa e lá tava a morena com os cambitos pra cima, eu parei a moto e perguntei o que aconteceu, e ela… ah ela vei pra mim cima de mim me xingando…Você não esperou nem eu segurar Zé Antônio. E eu, eu bem que vi uns “vurto” passando e era os “Carcanhá” da morena. E ela me disse: Some daqui, eu não quero nem saber de você e nem da sua motinha. E eu disse: a minha intenção é das melhor… eu queria te levar para passear. Mas, na verdade eu queria levar ela era para o mato, pois naquela época não tinha essa modernidade de motel e “nóis” pensava era no mato mesmo. E o pior eu nem lembro quem era morena!

 

José Antônio – Locutor da rádio Samonte FM E- mail: bandeirantes@isimples.com.br
José Antônio – Locutor da rádio Samonte FM
E- mail: [email protected]
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