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Grupo do Facebook une famílias da Antiga Vila Luciânia

Fotos: Arquivos das famílias da Vila Luciânia

O grupo tem apenas um mês e já possui mais de mil membros. A Vila Luciânia foi fundada pelo ex-proprietário da usina Luciânia, hoje Biosev, Antônio Luciano Pereira Filho

Idealizado por Rogério Henrique Teodoro, o grupo do Facebook “Famílias da Antiga Vila Luciânia” vem unindo ex-moradores do local, trazendo à tona fotos e encontros que têm emocionado a comunidade. Com muita emoção, ex-moradores relatam a saudade que sentem do local, vizinhos na época e da qualidade de vida que a vila proporcionava.

Rogério destaca que a ideia de criar o grupo surgiu após as pessoas sempre ficarem perguntando umas pelas outras. O grupo tem apenas um mês e já possui mais de mil membros. “Meu objetivo era fazer as pessoas que moraram na vila se encontrarem e por meio de fotos, lembrarem uma das outras”, disse.

O idealizador do grupo também falou sobre o tempo que viveu no local.  “Minha vida na usina foi excelente e inesquecível. Tínhamos tudo de melhor e muita fartura. Lagoa da Prata é o que é hoje por causa da usina e de seu povo guerreiro. Lá, éramos uma família só, tínhamos muita confiança no outro. O Dr. Luciano sempre cuidou bem da usina e do seu povo. Ali fui criado, tive meu primeiro emprego e quase todas as minhas amizades vieram de lá”, afirmou.

A Vila Luciânia foi fundada pelo ex-proprietário da usina Luciânia, hoje Biosev, Antônio Luciano Pereira Filho. Em seu auge, Luciano foi conhecido como “dono de Belo Horizonte”. Até 1960 todas as salas de cinema na capital Mineira eram de sua propriedade. Teve mais de trinta filhos, que herdaram uma herança estimada em 3 bilhões. Lucianinho, como era conhecido, faleceu em 1990.

 Moradores relembram a história

“A vila era um lugar feliz, onde se tinha infância. Ali, tínhamos o rio Santana para nadar, cinema, danceteria, posto de saúde, campo de futebol e, inclusive, uma moeda própria. A vida era simples e pobre, mas éramos muito felizes. Lá não pagávamos água e nem energia. Tínhamos tudo que precisávamos lá. Nasci e vivi lá, e tenho muito orgulho disso. É um sentimento de saudade do que do que foi vivido. O grupo “Famílias da Antiga Vila Luciânia veio com objetivo de unir pessoas que vivem em Lagoa da Prata, em outras cidades ou até mesmo fora do Brasil. O grupo renasceu o que estava adormecido em muita gente que lá morou” – Davi Teodoro – jornalista

 

“Desde que nasci eu morava na Vila Luciânia. Era um paraíso, pois tínhamos qualidade de vida, um dos melhores supermercados, cinema, churrascaria, praça de esportes…Nessa praça a gente ficava o dia todo praticando esportes, éramos uma família. A vila tinha uma das melhores escolas da região. Tenho muitas saudades porque éramos humildes e ao mesmo tempo os mais ricos do mundo. Podíamos ficar brincando até tarde, fazíamos serenatas no dia da mães, quadrilhas…Éramos uns pelos outros. Lá não existia violência e podíamos ficar até com as portas abertas. Lá, conheci meu esposo, namorei e estou casada há 22 anos com o filho do senhor José Nestor, que era muito conhecido na usina. Hoje, tento passar para as minhas filhas que éramos felizes com tão pouco. Eu sinto muitas saudades de todas as famílias maravilhosas da vila” – Glorinha Otaviano – assessora parlamentar na Câmara Municipal de Lagoa da Prata.

Glorinha Otaviano

“Eu passei minha infância e o início da adolescência na vila. Era tudo muito simples, fácil e tranquilo. Até hoje tenho contato com algumas pessoas da escola como a Dadá cozinheira. Tínhamos rios para nadar e a piscina do centro esportivo, que era só nossa. Um fato engraçado é que me lembro do professor Derly, que queria dar aulas e a meninada querendo nadar. Brincávamos na rua, a vizinhança ficava toda do lado de fora das casas para conversar enquanto as crianças brincavam. E o coreto, ah o coreto era uma praça de aprendizagem, muitas alegrias e descontração. Muitas saudades!” –  Amanda Caroline  Rodrigues, dona de casa

Amanda Caroline

“Sou filha do Antônio Teixeira Martins, mais conhecido por Tõe Horta, e da Maria Rosângela Martins, neta do Tião da Horta. Morei na Vila Luciânia até os 14 anos de idade. Lá tive uma infância maravilhosa, podíamos brincar na rua sem sentir medo de nada, pois era muito tranquilo. As pessoas eram amigáveis como se fôssemos todos da mesma família. As casas eram todas cercadas de bambu. Era um belo lugar, com pracinhas e parquinhos para as crianças se divertirem, além disso, passava um rio atrás da minha casa, onde sempre brincávamos. Sinto muitas saudades desse lugar tranquilo, das brincadeiras de queimada na rua, das árvores frutíferas que tínhamos no quintal… de tudo que vivemos nesse ligar. Não poderia esquecer das canas que chupávamos, da garapa e do melado” – Adriana Martins – funcionária pública

Adriana Martins

Falar da usina me faz lembrar com saudades das brincadeiras como passar anel, beti, estátua, queimada… Lá tínhamos a praça de esportes, escola, estação, o canal onde íamos tomar banho no final de tarde escondido dos nossos pais, o cinema, o coreto, a churrascaria, tudo inesquecível. Trabalhei sete anos na lavoura, capinei, fiz plantio, cortei cana e ainda fui rainha da safra. No final de cada safra fazíamos uma festa, enfeitávamos os caminhões e desfilávamos. Também trabalhei no supermercado e na lanchonete da vila. Quantas saudades! Não pagávamos água, energia, , tínhamos médicos, dentistas, escolas, farmácia…era tudo de graça. Éramos felizes e não sabíamos. – Maria Cristina dos Santos – funcionária pública

Maria Cristina

“As lembranças, tanto podem ser boas e inesquecíveis, guardadas com carinho no coração, como aquelas que gostaríamos que não tivessem acontecido, mas vieram e conseguimos superar. Nasci na Usina Luciânia, onde recebi dos meus pais uma educação que não se aprende em nenhuma escola. Da escola trago lembranças incríveis, no jardim de infância além de aprender as primeiras letras, declamava poesias e participava ativamente de peças de teatro. Isso me trouxe uma bagagem enorme e que foi fundamental para o meu crescimento pessoal, familiar, escolar e social. Lá éramos uma família e até hoje convivo com muitas daquelas pessoas.  Trago comigo imensos valores familiares que adquiri na usina através dos meus avôs João Israel e João Flor. Cheguei onde estou por trilhar um caminho com uma vida estruturada, num lugar encantador, rodeada de pessoas maravilhosas”. – Ludmila Rodrigues –  da Ludmila Seguros –

Ludmila Rodrigues

“Vivi a melhor infância, onde brincava de correr nas ruas da usina, subia nas árvores, entre outras brincadeiras que adorávamos. Vivi a melhor juventude estudando em escola particular, indo ao cinema e praticando esportes. Eu quis trabalhar desde muito nova, então, chamei minha amiga Lúcia Helena Otaviano, e fui até à Casa de Campo, onde morava o Doutor Luciano, que nos recebeu muitíssimo bem, pois ele era um homem muito educado e no mesmo instante me deu um papel para que eu levasse ao escritório da usina para começar a trabalhar. A vila deixou para mim uma saudade eterna, e uma imensa gratidão ao Doutor Luciano que pouco depois da vila ter sido destruída acabou adoecendo e falecendo dois anos depois” – Vera Lúcia – Cabeleireira.

Vera Lúcia
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