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Governo cria plano para reduzir jornada e salário contra desemprego

Programa, cuja vigência terá início nesta terça (7), com a publicação de medida provisória, foi resultado de negociação das centrais sindicais, indústria e o Planalto

 

Diante de um cenário de desaceleração da economia e demissões -mais de 240 mil vagas de trabalho foram encerradas neste ano-, a presidente Dilma Rousseff definiu nesta segunda-feira (6) a criação de um programa para preservar o emprego no país. O chamado Programa de Proteção ao Emprego prevê a redução em até 30%  da jornada de trabalho, com redução proporcional de salários dos trabalhadores em períodos de crise, por no máximo um ano.

O programa, cuja vigência terá início nesta terça (7), com a publicação de medida provisória, foi resultado de negociação das centrais sindicais, indústria e o Planalto.

A proposta do Planalto é de complementar metade da redução da renda do trabalhador com recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), totalizando ao empregado uma perda mínima de 15% do seu salário.

A ideia é que as empresas, principalmente de setores críticos como a indústria, evitem demissões, poupando o governo de pagar mais seguro-desemprego e de perder arrecadação das contribuições sociais e tributos.

CUSTO

O programa terá vigência até o fim de 2016. Para Miguel Rossetto, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, os gastos com o programa superam os desembolsos que o governo teria com seguro-desemprego.

“É mais inteligente usarmos recursos públicos para mantermos emprego do que financiarmos o desemprego”, afirmou Rossetto.

Uma empresa só poderá lançar mão do programa em caso de crise econômica cíclica ou sistêmica, que deve ser comprovada pela empresa ao sindicato da categoria e ao governo federal. Esse problema econômico não pode ser motivado por má gestão.

[pull_quote_right]É mais inteligente usarmos recursos públicos para mantermos emprego do que financiarmos o desemprego[/pull_quote_right]

As empresas que aderirem ao programa não poderão dispensar os empregados que tiveram sua jornada reduzida enquanto vigorar o regime diferenciado de trabalho. No fim do programa, o trabalhador não poderá ser demitido por prazo equivalente a um terço do período de adesão.

Um comitê interministerial definirá nos próximos 15 dias os indicadores econômicos e financeiros para o enquadramento dos setores e empresas no programa.  A redução só será aceita se houver acordo entre sindicato e empresa.

Anfavea aposta em plano para melhorar nível de emprego

No primeiro semestre, a indústria automobilística cortou 7.600 vagas. Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, a expectativa é de que o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) melhore o nível de emprego do setor.

Moan ressalta que o PPE é mais vantajoso do que o lay-off (suspensão temporária dos contratos) e do que o seguro-desemprego. “Para a empresa, o maior prejuízo é ter um empregado registrado que não opera. Com o PPE, ela vai poder paralisar apenas parcialmente a produção, tendo o trabalhador 70% na empresa e 30% em casa.” De acordo com Moan, no caso do seguro-desemprego, 100% do benefício é pago pelo governo, que, assim como durante o lay-off, não arrecada os encargos sociais, como FGTS e INSS.

Por: O Tempo

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