fbpx
jc1140x200

Formiga – Médicos do Pronto Atendimento fazem paralisação por falta de pagamento

A segunda-feira (23/06) em Formiga começou com mais um problema na área da saúde. Desde a madrugada, pela segunda vez em menos de uma semana, médicos que prestam serviço no Pronto Atendimento Municipal (PAM) estão atendendo apenas casos de urgência e emergência. O motivo permanece o mesmo: falta de pagamento por parte da Santa Casa, que tem contrato com a Prefeitura, que há um bom tempo terceiriza o atendimento médico no local.

O resultado são dezenas de pessoas que acabam voltando para casa mesmo com dores, além de casos de atendimento negligente e ineficaz. De acordo com informações colhidas no PAM, de 6h às 10h30, apenas cinco pacientes haviam sido atendidos e, mais uma vez, em descumprimento ao contrato, apenas um médico atendia no local.

A servente escolar, Márcia Roberta de Souza foi uma das prejudicadas. Desde a noite de domingo (22/06) ela estava com fortes dores no peito, mas decidiu aguardar a manhã desta segunda para ir ao Posto de Saúde de seu bairro (Sagrado Coração de Jesus). Para conseguir uma ficha foi necessário chegar ao PSF antes das 6h.

[pull_quote_left]Eu entreguei o pedido feito pelo médico do posto e disseram que iam me medicar e depois fariam o exame, mas meu pedido não era pra isso, então quando me neguei a ser medicada, me disseram que o aparelho para fazer o eletro estava quebrado[/pull_quote_left]

O atendimento ocorreu normalmente e o médico do posto a encaminhou a paciente para o PAM, onde deveria fazer um eletrocardiograma com urgência. “Eu entreguei o pedido feito pelo médico do posto e disseram que iam me medicar e depois fariam o exame, mas meu pedido não era pra isso, então quando me neguei a ser medicada, me disseram que o aparelho para fazer o eletro estava quebrado”, contou Roberta que continuava a sentir dores e ainda se estressou com a situação, afirmando que ao se negar, ouviu o médico plantonista dizer aos gritos que ela foi ao local apenas para não arcar com os custos do exame (cerca de R$50). Fala ouvida e confirmada por pessoas que aguardavam atendimento. “É um absurdo! Eu tenho direito ao exame. O médico do PAM sequer me olhou e mandou me darem medicação. Isso não existe! Cheguei aqui com um pedido de eletro, só isso”, contou indignada.

[pull_quote_right]Acabei de passar por uma cirurgia. Não sei se essa infecção na garganta pode me causar algo além da febre e do desconforto que estou. Só sei que não querem me atender[/pull_quote_right]

A esteticista Fernanda Fernandes também estava no local e não seria atendida por se tratar de uma infecção de garganta. “Acabei de passar por uma cirurgia. Não sei se essa infecção na garganta pode me causar algo além da febre e do desconforto que estou. Só sei que não querem me atender”, explicou.

Dentre as pessoas que esperavam por atendimento e foram dispensadas, estavam uma mulher que acompanhava o filho, uma criança de três anos que está com uma inflamação em um dos dedos da mão, outra criança acompanhada pela mãe que estava vomitando desde a madrugada e Vânia Cristine, com a pressão baixa e fortes dores no braço esquerdo. “Fazem a gente de palhaço aqui. Passamos pela pré-consulta e depois dispensam a gente” afirmou Vânia que esperou por horas por atendimento e foi dispensada.

 

Na Secretaria de Saúde

 

Em entrevista ao Portal, a secretária de Saúde, Maria Inês Macedo, afirmou que os pagamentos à Santa Casa estavam em dia (cerca de R$134 mil/mês) e que o não cumprimento do contrato com relação à manutenção de dois médicos em todos os turnos no PAM, já está gerando sanções. “Nós estamos cumprindo rigorosamente com os repasses para arcar com o serviço. Esse mês foram descontados R$11 mil por causa do não cumprimento dos plantões, conforme prevê o contrato. Estamos em contato com a Santa Casa para que esse atendimento seja restabelecido e a população não seja ainda mais prejudicada”, informou a secretária que já notificou a Procuradoria do município, responsável pela análise do cumprimento ou não de contratos firmados com a Prefeitura.

Os casos de Márcia e Fernanda foram repassados pela equipe do jornal à secretária que confirmou a ‘quebra’ do aparelho de eletrocardiograma do PAM. “Assim que tomamos ciência, enviamos de imediato o aparelho que fica aqui na secretaria para o Pronto Atendimento e a paciente poderá fazer o exame. Temos ainda um contrato com uma empresa que fará a manutenção no aparelho danificado”, explicou a secretária que encaminhou os casos das duas pacientes.

Já de volta à redação, Márcia voltou a entrar em contato, dessa vez por telefone para informar sobre a realização do exame. “Fiz o eletro e o médico disse que a qualidade ficou péssima e que não deu pra identificar nada e que eu deveria procurar um cardiologista da minha confiança e refazê-lo. O médico ainda me pediu pra fazer nesta terça-feira (24), exames de sangue e urina, mas não receitou remédio. Então estou voltando pra casa depois de tantas horas com a mesma dor”.

Até o início da tarde, os médicos continuavam com a operação. Nossa equipe tentou entrar em contato com assessoria de comunicação da Santa Casa e com o provedor da entidade, Geraldo Couto, para conhecer os motivos do atraso de salários, mas até o momento não houve retorno.

 

Fonte: Últimas Notícias.

 

jc1140x200
Abrir o WhatsApp
Como podemos ajudar?
Olá, como podemos ajudar?