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Exposição fotográfica retrata o Reinado de Santo Antônio do Monte

A partir do dia 15 de agosto segue para o casarão histórico Monsenhor Otaviano, localizado no pátio da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, onde permanecerá até o final do reinado.

 

Fruto de uma pesquisa acadêmica do ex-morador morador de Santo Antônio do Monte, Francimário Vito dos Santos, os cidadãos santo-mantonienses têm o privilégio de visitar uma mostra de fotografias denominada ‘Festas do Rosário’, com a curadoria das imagens do autor e do Presidente da Irmandade, Geraldo Aparecido/Dinho. As obras estão expostas para visitação do público no Sicoob Credimonte até o dia 13 de agosto.

A atual mostra de fotografias é parte da primeira exposição ocorrida no Museu de História Natural da PUC Minas, em Belo Horizonte, nos meses de novembro e dezembro de 2020, e teve a curadoria compartilhada pela Professora Dra. Candice Vidal e Souza (Programa de Pós- graduação em Ciências Sociais/ Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas (Campus Coração Eucarístico/Belo Horizonte) e os doutores Francimário Vito dos Santos (Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais/PUC Minas) e Isabela Fernanda Gomes Oliveira (Programa de Pós-graduação em Tratamento da Informação Espacial/PUC Minas), sendo um dos resultados das teses de doutorado defendidas em 2020.

“Em minhas andanças para acompanhar os festejos em homenagem à Nossa Senhora do Rosário realizados em Santo Antônio do Monte e Araújos, conversei com os festeiros, observei e registrei os acontecimentos e os percursos rituais, a geógrafa e o antropólogo utilizaram-se de suas máquinas para registrar o que viam pelos caminhos das celebrações. Acompanhei os bastidores de preparação da festa, o trabalho envolvido em todas as suas etapas de realização (principalmente a preparação das comidas, que fazem a alegria de todos que conhecem essas celebrações populares), a circulação do dinheiro pelas instituições e pessoas encarregadas de conduzir os festejos a cada ano”, explicou ele.

A festa de reinado enquanto patrimônio cultural imaterial contribui para valorizar a identidade cultural, a autoestima dos moradores e, consequentemente, movimenta a economia local.

“Primeiramente é importante ressaltar que a ideia de patrimônio cultural é tudo aquilo que remete às vivências afetivas de um determinado grupo que pode ser um lugar, uma celebração festiva, um tipo de comida entre outros. No caso da Festa de Reinado, observei durante minhas pesquisas de campo com as pessoas envolvidas diretamente, ou não, com os festejos em homenagem aos santos reinadeiros uma forte relação de afeto e devoção com festa. De modo que as manifestações de carinho, devoção e sacrifício em manter vivo o reinado chancela o que se denominou patrimônio cultural. Nesse sentido, é crucial e, cada vez mais necessário, o apoio institucional de instituições públicas e privadas na manutenção da celebração, pois, não basta apenas a comunidade, formada por devotos/as, congadeiros/as e membros da diretoria da irmandade, empenharem-se na continuidade aos festejos. É um dever de todos nós, sociedade civil, e das esferas de poder (municipal, estadual e federal) cuidar e zelar pela valorização dos nossos “patrimônios culturais” consequentemente da identidade cultural brasileira”, disse Francimário.

Ele ainda explicou como se interessou pela cultura do reinado, mesmo morando distante

“Meu primeiro contato com a festa de reinado em Santo Antônio do Monte aconteceu em 2011, quando ainda residia em Brasília. Somente a partir de 2014 quando passei a residir na cidade e me interessei pelo reinado e o complexo de atividades festivas em homenagem aos santos reinadeiros. A partir desse momento comecei a acompanhar, ora como pesquisador ora como admirador, os bastidores da festa (reuniões da diretoria da irmandade, almoços beneficentes, os grupos de congadas durante as visitas de cafés da manhã nas residências de devotos, as preparações das comidas na cozinha do galpão etc). Em 2017 quando fui aprovado para cursar o doutorado em Ciências Sociais da PUC Minas (Campus Coração Eucarístico em Belo Horizonte), decidi estudar a festa de reinado de Santo Antônio do Monte, para compreender a dinâmica dos festejos” explicou.

Doutor em Ciências Sociais pela PUC Minas E Mestre em Antropologia Social pela UFRN, Francimário reforça a importância da festa como parte da cultura e história do estado: “A Festa de Reinado em Santo Antônio do Monte está inserida no extenso calendário festivo celebrativo existente no estado de Minas Gerais conhecido como Ciclo do Rosário, período que os devotos e grupos de congadas, congos, moçambique/maçambique, catopê, vilão, caboclinhos, penachos etc., homenageiam os santos reinadeiros ou santos pretos. A relação de santos e santas homenageados durante os festejos de reinado, oriundos do catolicismo popular e que também são cultuados por devotos de religiões de matrizes africanas é extensa. Entre eles estão Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Efigênia, N. Sra. Das Mercês, São Sebastião entre outros”, esclareceu.

A partir do dia 15 de agosto a mostra segue para o casarão histórico Monsenhor Otaviano, localizado no pátio da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, onde permanecerá até o final do reinado.

 

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