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Ex-funcionário da prefeitura diz que Lagoa da Prata pode perder o Instituto Federal

Ao discursar na Tribuna Popular durante sessão da Câmara, Otaviano de Oliveira também reclamou da falta de apoio da prefeitura a um projeto que beneficia famílias na zona rural

 

Otaviano de Oliveira foi servidor comissionado do governo Paulo Teodoro durante mais de um ano. Principal articulador e responsável direto pela implantação de uma unidade do Instituto Federal de Minas Gerais em Lagoa da Prata, Dr. Otaviano, como é conhecido, fez uso da Tribuna Popular em uma sessão da Câmara Municipal no dia 7 de abril para denunciar a falta de apoio do governo municipal a um projeto que irá beneficiar 75 famílias que moram na zona rural. O ex-servidor do município também fez um alerta: “Estão fazendo pouco caso da escola federal e ela pode fechar”, avisou.

De acordo com Dr. Otaviano, a escola Dr. Jacinto Campos, escolhida pela prefeitura para a realização das aulas, não oferece estrutura adequada para atender a demanda dos cursos.  “Trabalhei durante um ano na prefeitura. Fui despedido. Mas saí com a consciência limpa de que executei um trabalho muito importante para Lagoa da Prata, trazendo o que muita gente não dá valor. Talvez o Executivo não esteja valorizando uma escola federal CEFET. Estão fazendo pouco caso da escola. E ela poderá fechar porque o Chefe do Executivo tem o compromisso de oferecer em contrapartida salas de aula adequadas para o ensino profissionalizante. Como você vai dar aula de açúcar e álcool, plantação de cana, numa escola como o Jacinto Campos? Como vamos ter um curso de escola agrícola se não temos uma propriedade rural?”, argumenta.

O ex-servidor do município afirma que propôs ao Chefe do Executivo que adquirisse um terreno no Fundão, zona rural de Lagoa da Prata, mas as negociações não evoluíram. “Oferecemos ao prefeito um terreno que pertence ao extinto banco Bamerindus. O terreno está abandonado e poderia ser desapropriado por 350 mil reais. São 60 hectares de terra. Pelejamos com ele para comprar esse terreno ou desapropriar. Aí sim seria uma desapropriação justa. Mas ele nem recebe a gente na prefeitura”, reclama Dr. Otaviano.

A unidade do Instituto Federal de Minas em Lagoa da Prata oferece os cursos técnicos em “Alimentos”, “Açúcar e Álcool”, “Eletromecânica” e “Produção de Moda”.

 

FAMÍLIAS SEM APOIO

Dr. Otaviano também reclamou do posicionamento do Governo Municipal em não celebrar o convênio que iria beneficiar 75 famílias residentes no campo, que estão inscritas no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR). A iniciativa do Governo Federal é uma extensão do programa “Minha Casa, Minha Vida”, que concede o financiamento de quase 30 mil reais para a construção da moradia. O beneficiado irá pagar apenas 4% desse valor, aproximadamente R$ 1.200,00 em quatro parcelas anuais. Treze projetos já estão prontos, faltando apenas a celebração do convênio entre o município e o banco.

[pull_quote_left]É lamentável que o Poder Executivo esteja enterrando esse projeto do Governo Federal, não sei se por política ou por qualquer outro motivo[/pull_quote_left]

“É lamentável que o Poder Executivo esteja enterrando esse projeto do Governo Federal, não sei se por política ou por qualquer outro motivo. O prefeito tem medo que a prefeitura não tenha dinheiro e não possa fazer esse programa. Todos os candidatos à casa própria assinaram um documento isentando o município e agradecendo ao senhor Prefeito: ‘não queremos nada do senhor. O que queremos é que o senhor assine um convênio que está mofando nas gavetas do Banco do Brasil’. É lamentável. Lamento muito! O Chefe do Executivo se recusou a me receber em seu gabinete, como se eu fosse um cachorro, como se fosse um homem sem valor. Modéstia à parte, tenho uma noção de dever cumprido. Passei pela prefeitura, mas trabalhei. Não ficava lá como vagabundo. Ganhava R$ 2.700 por mês, mas cumpri com meu dever. Não é possível que o Chefe do Executivo, por um capricho sei lá por quê, se for por mim, saio do programa na hora. Não ganho um centavo. Estou muito chateado e desencantado com Lagoa da Prata”. Arcos já tem casas em andamento. Em Santo Antônio do Monte o prefeito está ajudando muito. São 60.000 moradias rurais para Minas Gerais. Aí nós vamos passar batido em Lagoa da Prata porque o prefeito não quer?”, desabafa Dr. Otaviano.

 

O OUTRO LADO

Sobre o Programa Nacional de Habitação Rural, a administração municipal informou por meio da assessoria de comunicação a existência de uma cláusula no contrato que gera um custo para o Município. “Por isso mesmo houve uma preocupação em assinar o convênio”, explicou a assessora Sabrina Silva. Segundo ela, a reclamação de que o prefeito Paulo Teodoro tenha se recusado a receber Dr. Otaviano para tratar do assunto “não é verídica”.

A Ascom (assessoria de comunicação da prefeitura) garantiu, por meio de nota enviada ao Jornal Cidade, que a prefeitura não tem a obrigação de oferecer o terreno para a construção da sede do Instituto Federal de Minas Gerais, embora o governo tenha a intenção de construí-la. “O Município precisa é oferecer estrutura de laboratório quando se iniciar as aulas práticas, o que já está sendo providenciada em parceria com a Embaré, Usina e outras. O Município oferece todo o apoio ao IFMG e Pronatec, mas Lagoa da Prata pertence ao pólo de Formiga, que é responsável por toda a administração dos cursos”, informou a Ascom.

Otaviano Oliveira é advogado e professor. E-mail: otavianonestor@gmail.com
Otaviano Oliveira é advogado e professor.
E-mail: [email protected]

 

 

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